Nunes: prefeito afirmou que pediu o fim do contrato
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 16 de novembro de 2023 às 16h48.
Última atualização em 16 de novembro de 2023 às 17h35.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) afirmou nesta quinta-feira, 16, que pediu à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o cancelamento do contrato de concessão da Enel. A empresa é responsável pela distribuição de energia elétrica na capital paulista e em mais de 23 municípios da região metropolitana.
A fala de Nunes acontece após uma parte da cidade ficar sem energia na manhã desta quinta-feira depois de uma forte chuva com granizo na tarde de quarta-feira. Na semana passada, moradores de São Paulo ficaram por 168 horas sem energia depois que uma tempestade atingiu o município.
O prefeito da capital disse que a concessionária "precisa melhorar bastante" e o motivo do pedido não é apenas pelas recentes quedas de energia. "O que eu pedi para a Agência Nacional de Energia Elétrica é que cancelasse o contrato com a Enel, tal é a nossa inconformidade. Não é só por conta dessas chuvas de 3 de novembro. A gente já vinha há muito tempo discutindo com a Enel uma série de questões. O problema com a Enel é grave", disse em resposta à CBN.
Nunes afirmou ainda que outros prefeitos da região metropolitana também manifestaram descontentamento com a empresa durante uma reunião no Palácio dos Bandeirantes na segunda-feira. A Enel herdou o contrato assinado em 1998 com a Eletropaulo e tem vigência até 2028.
"A gente já vinha há muito tempo discutindo com a Enel uma série de questões, eu tenho, por exemplo, cinco UBS [Unidade Básicas de Saúde] que estão prontas aguardando a Enel fazer a ligação de energia. Eu tenho um conjunto todo habitacional para inaugurar na Vila Olímpia e que a gente não consegue inaugurar porque a Enel já tem cinco meses que não vai fazer a ligação de energia", disse o prefeito de São Paulo.
A prefeitura de São Paulo já notificou o Procon e encontrou com uma ação na Justiça contra a distribuidora de energia. "É inaceitável a gente ter uma empresa que não tem um pingo de respeito com a população e que deixou as pessoas sem energia quase uma semana", afirmou. Procuradas pela EXAME, a Aneel e a Enel não se manifestaram até a publicação desta matéria.