ESG

Brasil mostra em Davos a força da cooperação para restaurar florestas

Lia Rizzo

27 de janeiro de 2025 às 10:26

Diego Corrêa/Divulgação

Um chamado a mais para mobilizar US$ 10 bilhões em investimentos privados para a restauração florestal e bioeconomia até 2030: um painel no último dia de programação na Brazil House, em Davos, contou com Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, e o climatologista Carlos Nobre.

A coalizão foi anunciada no Brasil em novembro de 2024 para acelerar a conservação e restauração das florestas brasileiras, com meta de investimento conjunto entre os membros, de pelo menos US$ 10 bilhões até 2030.

Flávio Santana/

A urgência da iniciativa foi contextualizada por Carlos Nobre, pioneiro em alertar sobre o colapso da maior floresta tropical do mundo. "A região está à beira do ponto de inflexão. E nos últimos dois, três anos, descobrimos que o cerrado brasileiro também está", alertou.

Carlos Nobre lembrou ainda que o BNDES lançou, na COP28, o Arco da Restauração, projeto que visa restaurar 24 milhões de hectares até 2050, com meta intermediária de 6 milhões de hectares até 2030. "O custo é estimado em US$ 40 bilhões. Mas é factível, é possível", assegurou.

Leandro Fonseca/Exame

O papel da iniciativa privada foi abordado por Sallouti, que apresentou os resultados do primeiro fundo de reflorestamento do banco (TRF1), que combina silvicultura comercial com restauração de florestas nativas

O timing da coalizão é especialmente relevante considerando que o Brasil sediará a COP30 em 2025, na Amazônia. CEO do Instituto Clima e Sociedade e mediadora da conversa, Maria Netto salientou que estamos diante de "uma das conferências mais importantes desde Paris, há dez anos".

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Em complemento, o professor Nobre destacou que além da restauração florestal a iniciativa pode impulsionar uma nova economia. "Estamos tentando desenvolver esta bioeconomia da biodiversidade social, um tremendo potencial econômico, centenas de produtos da biodiversidade", diz.

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