18 de março de 2024 às 05:50
O governo federal publicou recentemente o decreto que estabelece as diretrizes da nova cesta básica para políticas e compras de governo, que exclui alimentos ultraprocessados.
No centro dessa conversa está a indústria brasileira de alimentos, com 38 mil empresas de todos os tamanhos e diferentes origens, que produz 270 milhões de toneladas de alimentos por ano.
Nós conversamos com João Dornellas, presidente executivo da ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), sobre pontos de vista da indústria quanto à classificação de alimentos “ultraprocessados”.
Qual é o posicionamento da ABIA em relação aos alimentos ultraprocessados?
João Dornellas: do ponto de vista da ciência e da tecnologia de alimentos, o que define a qualidade de um alimento é sua composição nutricional, e não a quantidade de processamentos.
"Essa nomenclatura de “ultraprocessados”, em sua concepção, apresenta o processamento como algo nocivo, que descaracteriza ou desqualifica um alimento, o que – de longe – não é verdade.", diz Dornellas.
O senhor acredita que a indústria é alvo de críticas desmedidas?
João Dornellas: "esse discurso de “comida de verdade e comida de mentira”, “alimento bom e alimento ruim” é injusto com toda a população brasileira, além de irresponsável."