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TikTok dá mais um passo para fora dos Estados Unidos

Em decisão que alia questões de segurança nacional à disputa com a China, parlamentares americanos votam pela venda forçada do aplicativo TikTok, com possível proibição em um ano

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 20 de abril de 2024 às 18h33.

Última atualização em 20 de abril de 2024 às 18h34.

Não foi só a um robusto pacote de ajuda à Ucrânia que a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos deu aval na tarde deste sábado, 20. Na mesma sessão, os parlamentares aprovaram um projeto de lei que força a venda, e em última instância a proibição, do TikTok no território americano.

É mais um capítulo em outra guerra travada pelos americanos - neste caso contra a China, onde a dona da rede social, a ByteDance, tem sede. Foram apenas 58 votos contrários e 360 votos à favor de que a empresa venda, dentro de um ano, a rede social que é uma das mais utilizadas pelos americanos, sobretudo os jovens, com nada menos que 170 milhões de usuários. Caso a companhia chinesa não encontre comprador para sua rede social, o Tik Tok será banido dos Estados Unidos.

A expectativa é de que o Senado vote o projeto nos próximos dias e o presidente Joe Biden já disse que sancionará a medida, tão logo ela chegue à Casa Branca.

Em comunicado, a ByteDance chamou de "lamentável" que a Câmara dos deputados esteja usando uma importante ajuda externa e humanitária para dar aval a um projeto de lei de proibição. A votação do pacote de ajuda externa estava vinculada à do projeto de lei sobre o TikTok.

A ByteDance declarou que legislação é na verdade uma proibição, já que seria difícil concluir um acordo de venda, que Pequim já sinalizou que não permitirá.

Questão de Segurança

O avanço das redes sociais acabou se transformando em um assunto de segurança nacional, e em várias partes do mundo. Em Washington, o temor é de um eventual compartilhamento de dados dos usuários do TikTok nos Estados Unidos com o governo chinês.

A ByteDance afirma que nunca foi solicitada a fornecer dados de usuários dos Estados Unidos ao governo chinês e não o faria se solicitado.

Pequim, por sua vez, também está fechando o cerco contra os Estados Unidos e outros serviços estrangeiros de mensagens e mídias sociais.

No início desta semana, a China forçou a Apple a ajudar a fechar uma brecha que alguns usuários chineses vinham explorando para acessar serviços já banidos, incluindo dois aplicativos da Meta, WhatsApp e Threads.

As redes sociais e as aplicações de mensagens estão na mira, em particular porque têm uma capacidade poderosa de transmitir informações de forma ampla e influenciar a opinião pública - como ficou claro na chamada Primavera Árabe - além, de potencialmente recolher dados sobre os seus usuários.

Alguns legisladores que apoiaram o projeto de lei do TikTok argumentaram que é justo proibir o aplicativo, uma vez que os aplicativos de mídia social americanos são proibidos na China.

A China, há mais de uma década, baniu o Facebook, o Google, o Twitter, o YouTube e a maioria dos outros sites da internet ocidental. As pessoas no país contornaram as proibições usando uma rede privada virtual (VPN, na sigla em inglês) para fazer seus telefones pensarem que estavam acessando a internet de outro país, onde os sites e aplicativos não estavam bloqueados.

Na sexta-feira, a China tomou medidas para impedir que isso acontecesse, ordenando que a Apple retirasse totalmente certos aplicativos da app store para evitar que fossem baixados via VPN. A China citou preocupações de segurança nacional - a mesma razão que os legisladores dos EUA deram para tentar separar o TikTok do ByteDance.

Aplicativos de mídia social dos EUA, como Instagram e YouTube, provavelmente seriam os maiores beneficiários da proibição do TikTok. O mesmo se verificou na China: o WeChat, uma aplicação de propriedade chinesa, tornou-se a plataforma de redes sociais mais popular no país, na ausência das ocidentais.

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