Tarifas de Trump podem deixar celulares do Brasil mais caros
Imposto para a fabricação de chips fora dos EUA pode chegar a 100%, afetando Apple e Qualcomm, que fornecem processadores para grande parte dos smartphones dos brasileiros

Repórter
Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 10h04.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2025 às 10h14.
O plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas extras sobre chips fabricados em Taiwan pode pressionar os preços de celulares em todo o mundo.
Segundo o Commercial Times, a TSMC, maior fabricante global de semicondutores, já prevê um aumento de até 15% no custo de produção dos componentes para compensar os impactos da nova política comercial.
TSMC: empresa da Taiwan é a maior fabricante de semicondutores do mundo (I-Hwa Cheng/Getty Images)
Inicialmente, cogitava-se que as tarifas ficariam entre 5% e 25%, mas declarações recentes do presidente Donald Trump sugerem que a taxação pode chegar a 100%. O impacto recairia diretamente sobre empresas como Qualcomm e Apple, que dependem da TSMC para fabricar seus chips mais avançados.
Se o custo de produção subir, a tendência é que as fabricantes repassem parte desse reajuste ao consumidor final, encarecendo smartphones globalmente, inclusive no Brasil.
Para se ter uma ideia do impacto, os dispositivos Android, que utilizam majoritariamente chips da Qualcomm, representam 81% do mercado brasileiro, enquanto o iOS da Apple, que usa semicondutores próprios, responde por 18%.
Uma possível saída para a TSMC seria acelerar a produção dentro dos Estados Unidos, reduzindo a dependência da fabricação em Taiwan. Atualmente, a empresa já constrói novas fábricas noArizona, com planos de produzirchips de 4 nanômetrosno país.
No entanto, essa mudança também elevaria os custos, já que a produção de semicondutores nos EUA é mais cara do que na Ásia.
Trump já indicou que as novas tarifas devem entrar em vigor em breve, e a expectativa é que a regulamentação seja oficializada no dia 18 de fevereiro.