Cabify: concorrente do Uber estreia em SP e briga contra uso de carro próprio (Divulgação/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 9 de junho de 2016 às 09h58.
São Paulo – A Cabify estreia nesta segunda-feira (6) no Brasil, começando pela cidade de São Paulo. A empresa oferece um serviço de transporte individual de pessoas, como faz a Uber. No entanto, a maneira de cobrar por corridas é diferente e os preços são competitivos. Os apps do serviço têm versões para smartphones Android e iPhones.
O passageiro paga as corridas somente por quilômetro, o tempo fica fora da equação. Ou seja, ao pegar trânsito, ele não paga pelos minutos que permanecer parado. Porém, o valor varia de acordo com a corrida.
O Cabify cobra do cliente 2,50 reais a cada quilomêtro em percursos de 5 km a 10 km; 2 reais em rotas de 10 km a 25 km; e 3 reais em viagens acima de 25 km. A tarifa base é de 50 centavos, mas ela sobe para 2,50 em horários de pico. A cada viagem, 25% do total é pago automaticamente para a companhia e o restante fica com o motorista parceiro (não funcionário, esclarece a Cabify).
Os motoristas de táxis pretos, a mais nova categoria aprovada pela Prefeitura de São Paulo, também poderão fazer parte do Cabify, junto com pessoas que dirigem profissionalmente sem alvará.
No UberX, há tarifa base de 3 reais, cobrança de 35 centavos por minuto e preço por quilômetro de 1,43 real. No caso da tarifa dinâmica, o valor aumenta de acordo com a demanda em uma determinada região, tornando viagens em horário de pico mais caras.
Não há tafira dinâmica no Cabify, mas também o serviço não oferece compartilhamento de veículos, o que reduz o preço das corridas realizadas pelo aplicativo concorrente.
Assim como no 99Top, da 99Táxis, e no Uber, não há taxa cobraba pela mudança de município, o que reduz o preço da corrida para quem precisa ir a uma cidade vizinha de São Paulo, como Guarulhos.
A empresa, porém, não vê esses serviços de transporte exatamente como concorrentes.
“Nosso principal concorrente é o carro particular”, afirmou Ricardo Weder, CEO do Cabify para a América Latina, em entrevista a EXAME.com.
No Brasil, somente o Cabify Light começa a funcionar hoje. Para quem conhece o Uber, essa categoria é semelhante ao UberX. Contudo, há algumas diferenças na seleção de veículos. Por exemplo, praticamente todos os sedãs se enquandram, somente alguns modelos hatch entram no serviço e carros simples, como Celta e Uno, ficam de fora.
A qualidade do serviço prestado aos paulistanos é a principal aposta da Cabify neste primeiro momento no Brasil, que deve se tornar um dos seus maiores mercados no cenário global, dada a necessidade do transporte individual de cidades como São Paulo e Rio.
Por isso, o aplicativo oferece sistemas de avaliação bilateral, como no Uber ou no Airbnb, em que cliente e prestador de serviço dão notas um ao outro.
O pagamento é automatizado, basta cadastrar o cartão no app. Desta maneira, ao final da viagem, o passageiro apenas desesmbarca e tudo está pago.
Neste primeiro momento, a empresa vai oferecer algumas viagens gratuitas para que a população paulistana possa experimentar as viagens no Cabify. O código MEUCABIFY dá duas corridas de 20 reais aos usuários do aplicativo, na primeira vez no serviço.
O Cabify está presente atualmente em 15 cidades, em sete países diferentes. A empresa não informa a quantidade de motoristas parceiros, mas diz que mais de 10 mil pessoas interessadas se cadastraram na empresa em São Paulo até o momento. Vale notar que táxis pretos e pessoas que trabalham com transporte de pessoas mesmo sem alvará podem se cadastrar na plataforma digital.
As próximas cidades na mira do Cabify são Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiania, Rio de Janeiro e Porto Alegre.