Neuralink implanta segundo chip cerebral com sucesso
Procedimento permitiu que paciente com paralisia projetasse objetos 3D e jogasse videogames, mostrando avanços na tecnologia de interface cérebro-computador
Redator na Exame
Publicado em 22 de agosto de 2024 às 13h02.
Última atualização em 22 de agosto de 2024 às 13h56.
A Neuralink, empresa de tecnologia de interface cérebro-computador fundada por Elon Musk, anunciou que a cirurgia para implantar seu segundo dispositivo cerebral em um paciente foi bem-sucedida.O paciente, identificado como Alex, um ex-técnico automotivo que sofreu uma lesão na coluna vertebral, passou pelo procedimento no Barrow Neurological Institute em Phoenix e já é capaz de projetar objetos 3D e jogar videogames como Counter-Strike 2 utilizando a tecnologia. As informações são da Bloomberg.
Este é o segundo implante realizado pela Neuralink, que busca criar uma interface direta entre o cérebro humano e dispositivos digitais. A cirurgia implementou diversas melhorias para evitar complicações observadas no primeiro paciente da empresa, Noland Arbaugh, que experimentou uma retração inesperada dos fios de eletrodos após o procedimento. Para mitigar esse risco, a Neuralink reduziu o movimento cerebral durante a cirurgia e minimizou a distância entre o implante e a superfície do cérebro.
A Neuralink está trabalhando em novas capacidades para seu dispositivo, conhecido como Link. Atualmente, o Link permite que pacientes com quadriplegia controlem cursores na tela e dispositivos digitais com precisão.No futuro, a empresa planeja que o Link seja capaz de decodificar movimentos simultâneos e reconhecer a intenção de escrita, o que ajudaria pacientes a escrever mais rapidamente. Essas melhorias poderiam restaurar a autonomia digital para pessoas incapazes de usar seus membros e até mesmo devolver a capacidade de comunicação para aqueles que não conseguem falar devido a condições neurológicas.
Aprimoramento de habilidades
Elon Musk, fundador da Neuralink, já expressou seu desejo de que, no futuro, os dispositivos da empresa possam não apenas ajudar pessoas com deficiências severas, mas também aprimorar as habilidades de indivíduos saudáveis, como auxiliar na recuperação de memórias.
O paciente Alex deixou o hospital um dia após a cirurgia e já utilizou o software de design assistido por computador para criar um suporte personalizado para o carregador de seu dispositivo Neuralink. A empresa espera expandir seus testes e implantar o dispositivo em mais pacientes até o final do ano como parte do estudo investigativo Prime.