Tecnologia

Mininovelas do Kwai são nova aposta do app para crescer no Brasil

Já com 3 bilhões de visualizações, o TeleKwai tem parcerias com produtoras brasileiras para a criação de episódios curtos e na vertical

DR Produtora durante gravação das mininovelas do TeleKwai (Kwai/Divulgação)

DR Produtora durante gravação das mininovelas do TeleKwai (Kwai/Divulgação)

LP

Laura Pancini

Publicado em 19 de abril de 2022 às 08h33.

Última atualização em 20 de abril de 2022 às 12h13.

O Kwai, app de criação e compartilhamento de vídeos curtos que compete com o TikTok, estreia um novo modelo de produção de conteúdo em sua plataforma no Brasil: o TeleKwai, que foca na criação de mininovelas originais e exclusivas em formato vertical e já atingiu 3 bilhões de visualizações no app.

A diferença do TeleKwai para os vídeos feitos por usuários “comuns” do aplicativo são as parcerias com agências, produtoras e criadores de conteúdo audiovisual, que são responsáveis ​​pela pré-produção, produção e pós-produção dos vídeos, e que trabalham em cada etapa de construção criativa. 

Outro diferencial é que o vídeo não precisa se limitar a um começo, meio e fim em até dois minutos. O arco narrativo pode se estender em diversos episódios curtos, que são fáceis de acessar graças a nova página dentro do app voltada só para as mininovelas. 

“O Kwai quer se tornar um novo lugar de entretenimento rápido, que vai permitir que nossos usuários acessem conteúdos em diversos momentos do dia, seja nas pausas do trabalho ou nos momentos de lazer”, disse Mariana Sensini, diretora geral do Kwai no Brasil.

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As produções do TeleKwai vão do drama à ficção científica, e do suspense ao humor, mas quase sempre mantendo o ingrediente secreto que o Kwai faz de melhor: histórias com grandes reviravoltas, tão absurdas que são hilárias, e que cativam o usuário até o último segundo.

Em um vídeo publicado pelo canal “Fora das telas” para o TeleKwai, por exemplo, a cena é entre duas amigas e um morador de rua. “Amiga, vamos tirar uma foto com ele. Mendigo [sic] está super em alta”, disse uma das personagens, já se estabelecendo como a vilã da história.

Quando o sem teto pede por comida, ela nega e diz que, em troca, vai colocar ele nas redes sociais. “Aí é bom que você emagrece, né?”, ela diz, mas logo volta para a amiga e propõe um almoço entre as duas. A colega protesta: “Você não fez nada para ajudar, cara. Que nojo” e então dá dinheiro ao morador de rua.

O vilão faz algo absurdo, mas uma reviravolta ao final faz com que o bem sempre vença. Esta é definitivamente a fórmula de muitos usuários do Kwai para os views de sucesso – o vídeo citado tem mais de 1 milhão de curtidas –, mas nem todas as produtoras ou criadores se aliam ao que beira o nonsense toda vez.

As produtoras R2O Filmes e Cine Kings, por exemplo, se juntaram para a criação de cinco minisséries, cada uma com um roteiro mais diferente que o outro: uma fala sobre golpistas, outra sobre a vida de um casal na quarentena e tem até uma que se passa dentro de uma espaçonave. A sensação ao assistir é de realmente acompanhar uma série na vertical, sem a necessidade de se aliar ao chocante para prender quem assiste.

Diretor e ator Felipe Reis durante gravação de minissérie

TeleKwai: diretor e ator Felipe Reis durante gravação de minissérie (Kwai/Divulgação)

“Eu comecei a produzir conteúdo em 2007, justamente por falta de oportunidades na área. Não é fácil entrar na panelinha da televisão. Com esse incentivo do Kwai, nesse novo formato de minisséries e mininovelas na vertical, estou evoluindo ainda mais como diretor, ator e showrunner”, disse Felipe Reis, que dirige e atua nas minisséries citadas acima.

Outra com cinco minisséries ativas, a DR Produtora precisa de por volta de dez pessoas na equipe, desde quem faz o roteiro até os atores na cena, para fazer os conteúdos voltados para drama, romance e sobrenatural. Em conversa com a EXAME, Phil Rocha, diretor de conteúdo da DR, disse que o grupo produz 125 vídeos ao mês e faz entre 30 a 35 episódios em uma diária.

“É um novo desafio, uma nova forma de inovar dentro do mercado. A parceria com o Kwai é uma real abertura de portas e de olhos para um novo setor, que está sendo maravilhoso de explorar”, afirma Phil Rocha, diretor de conteúdo da DR Produtora. 

Três pessoas posando TeleKwai

Barbara Martins, Phil Rocha e Julia Ferrari (da esquerda para a direita), atrizes e diretor de conteúdo da DR Produtora (Kwai/Divulgação)

No Brasil, o Kwai alcançou 45,7 milhões de usuários ativos na média mensal, de acordo com a ComScore em julho de 2021. As regiões Norte e Nordeste são as mais ativas no app, junto com o público acima de 30 anos.

Atualmente, o projeto do TeleKwai conta mais de 180 contas ativas na plataforma gerenciadas por agências, produtoras e criadores de conteúdo parceiros do programa. Em cerca de três meses no ar, o TeleKwai acumulou mais de 3 bilhões de visualizações.

“Com esse projeto, o Kwai reforça seu apoio ao setor audiovisual e busca transformar as mininovelas em alternativa para quem procura e consome conteúdo pelo celular. É um novo lugar para o entretenimento, para consumir dramaturgia em formato curto”, afirma Wladimir Winter, diretor de conteúdo sênior do Kwai no Brasil.

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