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Microsoft diz que vai seguir com negociações para comprar TikTok

Segundo a gigante de tecnologia, Trump está comprometido em permitir a aquisição do aplicativo, desde que seja submetido a uma revisão completa de segurança

TikTok: o anuncio vem no mesmo dia que o presidente Donald Trump anunciou que passará à ação “nos próximos dias” contra o aplicativo (Lam Yik/Bloomberg/Getty Images)
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Clara Cerioni

Publicado em 2 de agosto de 2020 às 21h47.

A Microsoft informou na noite deste domingo, 2, que após uma conversa entre a presidente-executiva, Satya Nadella, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a companhia está preparada para continuar as discussões e dar andamento às negociações para aquisição do aplicativo chinês TikTok no país.

"A Microsoft se moverá rapidamente para prosseguir as discussões com a controladora da TikTok, ByteDance, em questão de semanas e em qualquer caso, concluir essas discussões até 15 de setembro de 2020. Durante esse processo, a Microsoft espera continuar o diálogo com o Governo dos Estados Unidos, inclusive com o presidente", disse a companhia em comunicado publicado em seu blog.

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Segundo a empresa, Trump está comprometido em permitir a aquisição do aplicativo, desde que seja submetido a uma revisão completa de segurança e de que a negociação forneça "benefícios econômicos adequados aos EUA".

Nesse sentido, as discussões vão prosseguir baseadas em uma notificação feita entre as partes ao Comitê de Investimentos Estrangeiros do país (CFIUS, na sigla em inglês). Neste sábado, fontes informaram que a Microsoft havia paralisado as negociações.

A Microsoft afirmou que há um interesse das duas empresas em uma proposta que envolva a compra do software nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Além disso, não é descartado um convite a outros investidores para participarem de forma minoritária no negócio.

Dentre as medidas previstas estão a adição de proteções de segurança e privacidade no modelo operacional do serviço.

"A Microsoft garantiria que todos os dados privados dos usuários americanos do TikTok sejam transferidos e permaneçam nos Estados Unidos. Na medida em que esses dados estejam atualmente armazenados ou em backup fora dos EUA, a Microsoft garantirá que esses dados sejam excluídos dos servidores fora do país após a transferência", disse a companhia.

O comunicado reforça, entretanto, que as discussões ainda são preliminares e não há nenhuma garantia de que a transação evolua.

Hostilidade de Trump

O anuncio vem no mesmo dia que o presidente Donald Trump anunciou que passará à ação “nos próximos dias” contra o aplicativo.

“O presidente Donald Trump disse ‘chega’ (…) e, então, tomará medidas nos próximos dias em resposta aos diversos perigos para a segurança nacional que representam os programas informáticos ligados ao Partido Comunista Chinês”, afirmouo secretário de Estado americano, Mike Pompeo.

Mais cedo, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, havia alertado, em entrevista à emissora ABC, que o TikTok devia ser vendido ou bloqueado nos Estados Unidos, devido às inquietações que gera sobre a segurança nacional.

Após semanas de ameaças e pressões, o governo republicano eleva o tom contra a rede social internacional de propriedade do grupo chinês ByteDance.

Em um contexto de tensões políticas e comerciais com a China, Washington afirma que o TikTok pode ser usado pela Inteligência chinesa com fins de espionagem, acusações que a empresa sempre negou, assim como nega ter compartilhado dados com Pequim.

“Não vamos a parte alguma”, reagiu Vanessa Pappas, encarregada do braço americano do TikTok, em um vídeo publicado na rede social no sábado, assegurando que o aplicativo permanecerá no país.

Pappas prometeu criar 10.000 empregos nos Estados Unidos em três anos e acrescentou que a empresa está trabalhando para construir um aplicativo “mais seguro”.

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