Redação Exame
Publicado em 14 de abril de 2025 às 06h26.
A Meta, gigante das redes sociais, inicia nesta segunda-feira, 14, um dos processos antitruste mais relevantes dos últimos anos.
O caso, movido pela Federal Trade Commission (FTC), busca forçar a companhia a se desfazer do Instagram e do WhatsApp, plataformas adquiridas em 2012 e 2014, respectivamente.
O julgamento, que acontece no Tribunal Distrital do Distrito de Columbia, deve se estender por sete a oito semanas. Durante o processo, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, e outros executivos de alto escalão, como Sheryl Sandberg e Adam Mosseri, serão chamados para depor.
A FTC sustenta que a Meta usou uma estratégia conhecida como "buy or bury" ("comprar ou enterrar") para eliminar concorrentes e consolidar seu domínio no mercado. Para os reguladores, a compra do Instagram e do WhatsApp restringiu a competição, ferindo leis de proteção à concorrência.
A Meta, por outro lado, argumenta que suas plataformas competem ativamente com outros gigantes do setor, como TikTok, YouTube, X (antigo Twitter) e iMessage. Em comunicado, segundo o Business Insider, a empresa destacou que "Instagram, Facebook e WhatsApp disputam usuários e anunciantes em um mercado altamente competitivo".
A defesa também ressalta que a FTC havia aprovado as aquisições na época, e que reverter essas decisões agora enviaria a mensagem de que "nenhum acordo está verdadeiramente concluído", impactando a segurança jurídica de fusões e aquisições no país.
O processo foi iniciado ainda em 2020, ao final do primeiro mandato do presidente Donald Trump, e continuou sob a equipe antitruste do ex-presidente Joe Biden. Atualmente, com Trump reeleito, o cenário político para a Meta mudou: a companhia doou US$ 1 milhão para o fundo inaugural do novo governo e Zuckerberg participou de eventos na Casa Branca.
A FTC, no entanto, mantém sua posição firme. Se vencer, o governo poderá obrigar a Meta a desmembrar duas de suas principais plataformas, reconfigurando o mercado de redes sociais globalmente.