Tecnologia

Google e Facebook condenam espionagem on-line

Page negou pessoalmente que o Google tenha permitido às agências de inteligência do governo coletar dados dos seus servidores


	O programa teria sido criado em 2007 e cresceu para se tornar a mais completa fonte de informação ao briefing diário de inteligência do presidente Obama
 (REUTERS/Joshua Roberts)

O programa teria sido criado em 2007 e cresceu para se tornar a mais completa fonte de informação ao briefing diário de inteligência do presidente Obama (REUTERS/Joshua Roberts)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2013 às 13h39.

O CEO do Google, Larry Page, e o co-fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, condenou nesta sexta-feira a espionagem on-line e pediu aos governos que sejam mais transparentes sobre a vigilância virtual.

"Entendemos que os Estados Unidos e outros governos precisem agir para proteger a segurança dos seus cidadãos - incluindo, algumas vezes, o uso de vigilância", disse o CEO e co-fundador do Google, Larry Page, em um post on-line.

"Mas o nível de sigilo envolvendo os atuais procedimentos legais mina as liberdades que todos nós estimamos", acrescentou.

Page negou pessoalmente que o Google tenha permitido às agências de inteligência do governo coletar dados dos seus servidores.

O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, também postou uma declaração nesse sentido.

"O Facebook não é e nunca foi parte de nenhum programa para dar aos EUA ou a qualquer outro governo acesso direto aos nossos servidores", garantiu.

"Nunca recebemos um pedido extensivo ou mandado judicial de nenhuma agência do governo solicitando informações, ou metadados em grande quantidade (...) e, se recebêssemos, teríamos lutado contra isso agressivamente", afirmou.

Google, Facebook e outras empresas de tecnologia negaram ter feito parte, propositadamente, de um programa secreto chamado PRISM, o qual deu à Agência de Segurança Nacional (NSA) e ao FBI acesso aos servidores.

"Não aderimos a nenhum programa que desse ao governo dos EUA ou a qualquer outro governo acesso direto aos nossos servidores", insistiu Page.


"De fato, o governo americano não tem acesso direto ou 'backdoors' para as informações armazenadas nos nossos centros de dados (...) Não tínhamos ouvido falar de um programa chamado PRISM até ontem".

O programa teria sido criado em 2007 e cresceu para se tornar a mais completa fonte de informação ao briefing diário de inteligência do presidente Obama.

Algumas das maiores empresas do Vale do Silício foram envolvidas no programa, incluindo Apple, AOL, Facebook, Google, Microsoft, PalTalk, Skype, Yahoo e YouTube. Contactadas pela AFP, as companhias negaram ter fornecido às agências de inteligência "backdoors" para as redes e que apenas cooperaram com pedidos de informação "frontdoor".

"Esse episódio confirma o que nos acreditamos há tempos: é preciso uma abordagem mais transparente", disse Page.

Regularmente, o Google publica relatórios de transparência, com os pedidos dos governos por dados dos usuários e o que foi feito a respeito.

"Nós encorajamos todos os governos, fortemente, a serem mais transparentes sobre todos os programas que tenham como objetivo manter o público seguro", declarou Zuckerberg.

"É a única maneira de proteger as liberdades civis de todo mundo e criar a sociedade livre e segura que todos nós queremos em longo prazo", acrescentou.

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