GOOGLE: relançamento para brigar com Apple e Samsung no mercado de smartphones (Arnd Wiegmann/Reuters)
Lucas Agrela
Publicado em 3 de agosto de 2020 às 06h58.
Última atualização em 3 de agosto de 2020 às 06h59.
O Google apresenta nesta segunda-feira (3) o Pixel 4A, seu novo smartphone de entrada. O aparelho substituirá o Pixel 3A e será uma versão mais barata do Pixel 4, custando 349 dólares nos Estados Unidos, menos da metade da versão mais sofisticada. O dispositivo chega para competir com o iPhone SE, a versão mais em conta do celular da Apple, vendido a 399 dólares.
O smartphone Pixel 4A deve contar com uma tela de 5,8 polegadas, 6 gigabytes de memória RAM, 64 gigabytes de armazenamento e câmera principal de 12 megapixels. Por dentro, o processador deve ser o Snapdragon 730 de oito núcleos, da Qualcomm, voltado ao segmento chamado pela consultoria IDC de intermediário-avançado.
Os aparelhos da linha Pixel do Google costumam guiar o mercado no desenvolvimento de dispositivos que usam o sistema Android, e o com o Pixel 4A não deixa de ser diferente.
Uma das novidades do aparelho é o recurso da câmera chamado Motion Blur, que permite tirar fotos em movimento deixando a pessoa fotografada em alta definição e o plano de fundo desfocado pelo movimento.
O Google busca também ampliar sua presença no mercado americano de smartphones. Segundo dados da consultoria chinesa Counterpoint Research, a empresa aparece na categoria “Outros”, junto a fabricantes de menor expressão de vendas. A líder no primeiro trimestre de 2020 era a Apple, com 46% de parcela de mercado, seguida pela Samsung, com 32%.
O lançamento do Google ocorre num momento ruim para a indústria de smartphones. A consultoria americana Gartner estima que o mercado mundial de celulares tenha caído 20% no primeiro semestre de 2020. O motivo é a crise global causada pelo novo coronavírus, que afetou a economia da grande maioria dos países e prejudicou a cadeia de fornecimento de componentes eletrônicos, especialmente no primeiro trimestre. A consultoria diz ser a pior crise que o setor já enfrentou em sua história.
A Alphabet, empresa dona do Google, vive uma fase turbulenta. No segundo trimestre, a companhia registrou sua primeira queda de receita. Ainda que tenha superado a expectativa do mercado, o faturamento bruto de 37,37 bilhões de dólares é 2% menor do que a cifra registrada no mesmo período do ano passado.
A queda nas receitas ocorreu devido à redução global do volume de contratos publicitários. O novo smartphone, que tem estratégia voltada a um grande volume de vendas, pode ajudar o Google a continuar a crescer.