Centauro II: o sucesso dos tanques Guaranis (Iveco/Divulgação)
Da redação, com agências
Publicado em 30 de novembro de 2022 às 16h41.
Última atualização em 26 de dezembro de 2022 às 12h47.
Há uma nova arma no arsenal do Exército Brasileiro. Ou melhor, um novo tanque de guerra. Chamado de Centauro II, o novo veículo militar é um projeto do consórcio italiano Oto Melara — formado pela Iveco e pela Leonardo — que venceu a licitação para equipar as Forças Armadas a partir de 2023. O contrato prevê o envio de 98 unidades do veículo e as cifras giram em torno dos R$ 5 bilhões.
O veículo pode ser considerado um modelo do tipo ágil, com eixos 8x8, ou seja tem quatro rodas em cada lado. Esse modelo, que pesa 30 toneladas e tem canhões de 120mm, é superior aos atuais Guaranis, também fabricados pela Iveco.
Segundo dados da Iveco, ele tem um motor diesel de 720cv e 255 kgf/m de torque, e pode chegar a uma velocidade de até 105 km/h.
O câmbio é automático e a autonomia é de 800km. Junto disso, o conjunto de rodas é hiper-resistentes e lhe garantem mobilidade em vários tipos de terreno, como areia, lama e até pequenos lagos.
A Iveco explica que a blindagem balística do Centauro II é uma das melhores do mercado e bem superior à geração passada. Segundo a empresa, ele resiste a munições cinéticas de tanques, minas terrestres e granadas.
A presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Maria Thereza de Assis Moura, acolheu um pedido da União e liberou a compra de blindados italianos pelo Exército, no dia 15 de dezembro. A ministra argumentou que a "continuidade do projeto de renovação do parque bélico deve ser assegurada" e sustentou que a decisão do Tribunal Regional Federal (TRF-1), que havia barrado a compra "compromete a estrutura e o plano de defesa externa alinhavado pelo Ministério da Defesa e pelo Exército e a própria capacidade de defesa nacional".
A presidente do STJ disse que a suspensão da compra poderia causar "inequívoca lesão à ordem, à capacidade de segurança externa e à economia pública". O argumento acolhido pela ministra Maria Thereza de Assis Moura é o de que a compra dos blindados "faz parte de uma política pública de longo prazo".
"O projeto em questão - 'Projeto Forças Blindadas' - teve início em 2012, há, portanto, mais de dez anos, não sendo algo traçado de forma açodada ou repentina. O gasto foi devidamente incluído no Plano Plurianual de 2020-2023, aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro de 2019, e incluído como 'Investimento Plurianual Prioritário'", afirmou a ministra.
A assinatura do contrato estava prevista para 5 de dezembro, mas foi suspensa por ordem do desembargador Wilson Alves De Souza, plantonista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. O magistrado considerou "evidente a ilegalidade" da compra dos veículos em meio a "grave crise financeira", " sem que haja qualquer necessidade desses equipamentos bélicos, como se o país estivesse em guerra iminente ou atual".
(Com Estadão Conteúdo)
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