Tecnologia

Executivos TI ganharam protagonismo entre os pares e agora ampliam funções em empresas, diz estudo

Levantamento com 115 líderes aponta que TI já é vista como parceira estratégica, mas desafios permanecem na adoção de novas tecnologias e na entrega de resultados tangíveis

Happy businessman using touchpad and laptop while working on business reports in the office.

Happy businessman using touchpad and laptop while working on business reports in the office.

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 6 de setembro de 2024 às 11h07.

Última atualização em 6 de setembro de 2024 às 11h08.

Uma pesquisa com 115 executivos brasileiros revelou que os líderes C-level de tecnologia, como CIOs e CTOs, estão assumindo novas responsabilidades e ganhando maior protagonismo nas decisões estratégicas.

O estudo, intitulado "Tech C-Level Brasil", foi conduzido pela consultoria EloGroup em parceria com o TEC Institute, responsável pela publicação da MIT Technology Review Brasil. As entrevistas incluíram executivos de empresas como Renault, Boticário e Claro, além de instituições como ONS e BNDES.

 

De acordo com o levantamento, 30,4% dos CTOs e CIOs já veem suas áreas como parceiras estratégicas, gerando oportunidades de negócio e ganhos de eficiência por meio da tecnologia. Outros 30,4% classificam suas áreas como proativas, auxiliando diretamente na implementação das estratégias corporativas.

Apesar de o estudo mostrar o avanço da TI nas empresas, ainda há espaço para a consolidação desse papel estratégico. Apenas 12,2% dos executivos se veem como conselheiros confiáveis (“trusted advisors”) para as lideranças de negócios.

Segundo o modelo predominante nas TIs das empresas brasileiras, 44,3% utilizam uma abordagem centralizada, com uma única área de TI para toda a organização. O modelo híbrido, que integra parcialmente TI e negócios, é adotado por 38,3%, enquanto 17,4% das companhias preferem um modelo descentralizado, onde as unidades de negócio controlam diretamente seus recursos tecnológicos.

"Hoje, entendemos que essa visão limitada de que a tecnologia é apenas um meio para atingir objetivos de negócio está ficando para trás", afirma Rafael Clemente, CEO da EloGroup. Para ele, a tendência é que os líderes de TI, além de dominar a tecnologia, passem a entender profundamente o negócio, assumindo um papel cada vez mais relevante nas decisões estratégicas.

Desafios da transformação digital e foco em resultados

Outro destaque da pesquisa foi a crescente pressão por resultados tangíveis após a fase inicial da transformação digital. As empresas agora buscam produtividade e redução de custos, e os principais indicadores usados pelos executivos para medir o sucesso são o aumento de produtividade (30,4%), crescimento de receita (21,7%) e a redução de custos (18,3%).

A maioria dos executivos também foca em estratégias de curto prazo, com 45,2% estabelecendo planos digitais para os próximos 1 a 2 anos. Apenas 13,9% priorizam o planejamento de longo prazo, acima de cinco anos.

Além disso, as empresas estão adotando métodos mais ágeis e flexíveis, com frameworks de trabalho que priorizam a agilidade. O orçamento para TI em 2024 reflete essa tendência, com 16,5% alocados em Software como Serviço (SaaS) e 13,9% direcionados para Infraestrutura como Serviço (IaaS) e nuvem pública.

Adoção de inteligência artificial

A pesquisa confirma que 65,5% dos executivos já aplicam soluções de inteligência artificial (IA) principalmente para análise de dados e business intelligence. Além disso, 54% utilizam IA no atendimento ao cliente, enquanto 39,8% aplicam a tecnologia no desenvolvimento de produtos e serviços.

"É crucial ter uma plataforma de tecnologia que permita experimentações e a coleta de dados, mas também que possibilite a transição para a excelência operacional, capturando valor de forma escalável", diz Rafael Clemente. Ele ressalta que o desafio para as empresas é equilibrar a inovação com a operação eficiente.

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