EUA usaram tecnologias de big data para espionar brasileiros
Espiões americanos da NSA e da CIA montaram uma base em Brasília para interceptar comunicações de brasileiros, afirma o jornal O Globo
Maurício Grego
Publicado em 8 de julho de 2013 às 12h31.
São Paulo — Os documentos secretos revelados por Edward Snowden continuam rendendo. Depois de afirmar que o Brasil foi (e talvez continue sendo) um dos alvos da espionagem americana, o jornal O Globo diz que espiões da NSA e da CIA montaram uma base em Brasília para interceptar comunicações de brasileiros.
Segundo o jornal, documentos obtidos por Snowden mostram que a base funcionou em Brasília pelo menos até 2002. Era parte de uma rede de 16 instalações dedicadas a interceptar comunicações via satélite e linhas terrestres.
O jornal diz que a base é um trabalho conjunto da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) e da CIA. Os arapongas teriam instalado equipamentos para captar dados em linhas de comunicação no país e usariam diversas ferramentas de software para obter as informações.
O Globo cita algumas delas: o já conhecido PRISM, para acesso a e-mail e conversas online; Boundless Informant, que determinaria quem enviou o que para quem e quando; X-Keyscore, que faria reconhecimento de textos em mensagens; e Fairview, capaz de monitorar grandes quantidades de dados.
A notícia é mais uma peça no grande quebra-cabeça da espionagem americana. Ele começou a ser conhecido depois que Edward Snowden, que trabalhou na empresa Booz Allen prestando serviços à NSA, revelou o esquema de arapongagem montado pela agência aos jornais Guardian e Washington Post.
Documentos divulgados por Snowden mostram que o governo americano tinha acesso a comunicações telefônicas e podia interceptar o tráfego de dados nas redes americanas.
A enorme infraestrutura computacional montada pela NSA sugere que a captação e a análise dos dados são feitas num esquema de big data , ou seja, os dados são volumosos, de natureza muito variada e chegam em alta velocidade. São os três Vs que caracterizam o big data: volume, variedade e velocidade.
James Bamford, autor de vários livros sobre a NSA, diz que a rede da agência americana inclui salas de espionagem em operadoras de telecomunicações e um gigantesco data center em Bluffdale, no estado americano de Utah.
Com esse aparato, basta um agente digitar o nome de uma pessoa num computador para que todas as conversas dela passem a ser registradas e todos os e-mails e mensagens instantâneas passem a ser interceptados. Depois, os computadores se encarregam de analisar esses dados.
O governo americano admite que possui esquemas de espionagem e diz que seu objetivo é combater o terrorismo. Os computadores em Bluffdale estariam vasculhando montanhas de dados em busca de informações que possam levar à captura de terroristas e à prevenção de novos ataques.
Como o volume de dados é enorme, os computadores precisam ser extremamente poderosos para analisá-los. Além disso, como se sabe, parte da comunicação na internet é criptografada.
Dados de transações financeiras, informações de empresas e até mensagens pessoais muitas vezes trafegam cifrados pela rede para garantir a privacidade e a segurança. James Bamford diz que a NSA busca computadores cada vez mais potentes para quebrar a criptografia e decifrar esse conteúdo.
São Paulo — Os documentos secretos revelados por Edward Snowden continuam rendendo. Depois de afirmar que o Brasil foi (e talvez continue sendo) um dos alvos da espionagem americana, o jornal O Globo diz que espiões da NSA e da CIA montaram uma base em Brasília para interceptar comunicações de brasileiros.
Segundo o jornal, documentos obtidos por Snowden mostram que a base funcionou em Brasília pelo menos até 2002. Era parte de uma rede de 16 instalações dedicadas a interceptar comunicações via satélite e linhas terrestres.
O jornal diz que a base é um trabalho conjunto da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) e da CIA. Os arapongas teriam instalado equipamentos para captar dados em linhas de comunicação no país e usariam diversas ferramentas de software para obter as informações.
O Globo cita algumas delas: o já conhecido PRISM, para acesso a e-mail e conversas online; Boundless Informant, que determinaria quem enviou o que para quem e quando; X-Keyscore, que faria reconhecimento de textos em mensagens; e Fairview, capaz de monitorar grandes quantidades de dados.
A notícia é mais uma peça no grande quebra-cabeça da espionagem americana. Ele começou a ser conhecido depois que Edward Snowden, que trabalhou na empresa Booz Allen prestando serviços à NSA, revelou o esquema de arapongagem montado pela agência aos jornais Guardian e Washington Post.
Documentos divulgados por Snowden mostram que o governo americano tinha acesso a comunicações telefônicas e podia interceptar o tráfego de dados nas redes americanas.
A enorme infraestrutura computacional montada pela NSA sugere que a captação e a análise dos dados são feitas num esquema de big data , ou seja, os dados são volumosos, de natureza muito variada e chegam em alta velocidade. São os três Vs que caracterizam o big data: volume, variedade e velocidade.
James Bamford, autor de vários livros sobre a NSA, diz que a rede da agência americana inclui salas de espionagem em operadoras de telecomunicações e um gigantesco data center em Bluffdale, no estado americano de Utah.
Com esse aparato, basta um agente digitar o nome de uma pessoa num computador para que todas as conversas dela passem a ser registradas e todos os e-mails e mensagens instantâneas passem a ser interceptados. Depois, os computadores se encarregam de analisar esses dados.
O governo americano admite que possui esquemas de espionagem e diz que seu objetivo é combater o terrorismo. Os computadores em Bluffdale estariam vasculhando montanhas de dados em busca de informações que possam levar à captura de terroristas e à prevenção de novos ataques.
Como o volume de dados é enorme, os computadores precisam ser extremamente poderosos para analisá-los. Além disso, como se sabe, parte da comunicação na internet é criptografada.
Dados de transações financeiras, informações de empresas e até mensagens pessoais muitas vezes trafegam cifrados pela rede para garantir a privacidade e a segurança. James Bamford diz que a NSA busca computadores cada vez mais potentes para quebrar a criptografia e decifrar esse conteúdo.