Setor de tecnologia em retração: gigantes reavaliam gastos e contratação de pessoal
As demissões no setor de tecnologia americano aceleraram para perto dos níveis da fase inicial da pandemia, com cortes em empresas grandes e pequenas que se preparam para tempos difíceis pela frente.
Nas últimas semanas, uma série de empresas de tecnologia disseram que interromperão as contratações ou cortarão postos de trabalho diante de gastos lentos do consumidor, inflação alta e um dólar forte que reduz as vendas no exterior.
Os líderes do setor, um dos principais impulsionadores da economia global na última década, antecipam um ambiente de maior risco e estão menos dispostos a gastar para expandir seus negócios como nos anos anteriores.
Meta, dona do Facebook e do Instagram, está prestes a demitir milhares de trabalhadores esta semana, informou o Wall Street Journal. Elon Musk decidiu cortar pela metade a equipe do Twitter na semana passada depois de adquirir a rede social. Apple, Amazon e Alphabet desaceleraram ou interromperam as contratações.
Os investimentos em tecnologia mais arriscada receberão maior escrutínio, disse Jo-Ellen Pozner, professora de administração na Santa Clara University.
As grandes empresas “precisam reduzir e racionalizar projetos, o que não precisavam fazer há uma década e meia porque o ambiente era muito generoso”, disse Pozner.
Com os executivos de tecnologia cada vez mais pessimistas em relação à economia, o setor demitiu 9.587 empregos em outubro, o maior número mensal desde novembro de 2020, segundo a consultoria Challenger, Gray & Christmas. A Challenger contabiliza cortes de empregos anunciados ou confirmados por empresas de telecomunicações, eletrônica, fabricação de hardware e desenvolvimento de software.
O segundo trimestre de 2020 ainda é o pior período de três meses para demissões desde o início da pandemia, mas no acumulado do ano, 2022 já está pior, de acordo com Roger Lee, do Layoffs.fyi.
Mais de 104.000 trabalhadores de startups perderam seus empregos até agora este ano, comparado a cerca de 81.000 postos perdidos em 2020, disse Lee, cujo site rastreia empresas formadas após a bolha das pontocom. As estimativas do Layoffs.fyi diferem das da Challenger porque incluem números de reportagens da mídia que as empresas podem não ter confirmado.
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