Conheça o projeto de notebook potente que roda apenas software livre
Purism Librem 15 roda uma variação do Trisquel GNU/Linux, é quase independente de firmwares proprietários e tem configurações de notebooks high-end
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2015 às 17h05.
Computadores e notebooks que rodam apenas software livre não são dos mais comuns no mercado. Richard Stallman, programador e ativista defensor da causa, usou durante anos um Lemote Yeelong, e ainda hoje depende de um velho ThinkPad X60 adaptado com um programa de inicialização livre, entre outras modificações. Mas uma campanha de financiamento coletivo, iniciada pela Purism e com meta já atingida, quer mudar esse cenário com um laptop potente.
A marca, criada por Todd Weaver, tem apenas um produto: um notebook de 2 Kg chamado Librem 15. Com tela de 15'' (como o nome dá a entender), o aparelho tem o corpo similar ao de um Chromebook e se autodenomina o primeiro laptop high-end no mundo que chega sem softwares misteriosos no kernel, no sistema operacional ou em qualquer outra aplicação.
O objetivo dos idealizadores do projeto é respeitar todas as suas liberdades essenciais, segundo a página deles no CrowdSupply. E o notebook, em teoria, faz isso ao usar apenas programas livres, de código aberto, do kernel até a camada mais próxima do usuário.
O notebook tem como sistema operacional o Purism GNU/Linux de 64 bits, que é baseado na Trisquel GNU/Linux, uma distribuição que não depende de firmwares proprietários e nem nada do gênero. A distro, por sinal, foi a escolhida por Stallman para rodar em seu velho X60 lançado em 2006, mas só recentemente adotado.
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Por dentro As configurações da máquina incluem um Intel Core i7-4770HQ de 3,4 GHz e quatro núcleos, uma Iris Pro Graphics 5200 integrada e até 32 GB de RAM. O HD começa nos 500 GB, e vai até 1 TB de SSD, enquanto o drive de CD e DVD pode ser simplesmente retirado ou trocado por mais um disco rígido. O corpo de alumínio pesa 2 Kg, tem 37,5 x 24,4 x 2,2 cm de dimensões e conta com três portas USB 3.0 e uma HDMI. O Wi-Fi é 802.11n e a tela, por fim, tem 15,6 e resoluções de 1 920 x 1 080 ou 3 840 x 2 160.
Desses componentes, apenas o processador não está totalmente alinhado com o projeto, mas não por muito. Na explicação da Librem, o sistema básico de entrada/saída usa o coreboot, firmware que inclui um binário da Intel chamado FSP. Apesar disso, o chip ainda funcionará, pela primeira vez, com um código de BIOS não assinado, o que permitirá um futuro em que o software livre poderá substituir os binários digitalmente assinados de BIOS proprietárias.
Os idealizadores do projeto ainda dizem que estão trabalhando com a Intel para livrar essa BIOS totalmente. Além disso, deixam claro que componentes como o HD e o SSD não são totalmente abertos, mas é possível substituir seus firmwares por conta própria enquanto os desenvolvedores correm atrás de um substituto para ser incluído por padrão.
Disponibilidade Com o financiamento coletivo bem sucedido (a meta era de 250 mil dólares, mas o total arrecado passou dos 330 mil), os primeiros Librem 15 com preços que começam nos 1 650 dólares deverão ser entregues aos apoiadores em abril deste ano.
Serão produzidas 500 unidades na primeira leva após o fim do período no CrowdSupply. A meta depois disso é iniciar, até o meio deste ano, uma nova campanha, desta vez para o Librem 13 um notebook com proposta parecida, mas com tela de 13 polegadas.