Tecnologia

Biden reduz incentivo da Intel para menos de US$ 8 bilhões após atrasos em investimentos

Decisão chega no momento que a empresa de chips enfrenta sua maior perda trimestral

Pat Gelsinger: CEO da Intel (Andrej Sokolow/picture alliance/Getty Images)

Pat Gelsinger: CEO da Intel (Andrej Sokolow/picture alliance/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 25 de novembro de 2024 às 14h23.

Última atualização em 25 de novembro de 2024 às 14h26.

A administração Biden revisou o valor da concessão preliminar de US$ 8,5 bilhões sob a Chips Act, programa que visa incentivar a produção de semicondutores nos Estados Unidos. O financiamento destinado à Intel, principal beneficiária da iniciativa, será reduzido para menos de US$ 8 bilhões.

Segundo o New York Times, a decisão ocorre em meio a atrasos nos investimentos planejados da Intel, que postergou a conclusão de fábricas no estado de Ohio para o final da década, contrariando o cronograma inicial, que previa término em 2025.

Além disso, [grifar] a fabricante de semicondutores enfrenta desafios financeiros significativos, incluindo sua maior perda trimestral em 56 anos de história e cortes de 15 mil empregos.

O governo também considerou um contrato de US$ 3 bilhões oferecido à Intel para produzir chips para o setor militar. Com isso, o pacote total da empresa dentro do programa supera US$ 10 bilhões, incluindo empréstimos federais e incentivos fiscais.

A redução no valor da concessão reflete as dificuldades da Intel em atender à demanda de clientes e sua tentativa de recuperar competitividade em relação à Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), sua principal rival.

Uma corrida pela liderança no setor

A Chips Act, sancionada em 2022, destina US$ 39 bilhões para subsidiar a construção de fábricas e reduzir a dependência de componentes fabricados na Ásia.

A Intel inicialmente liderava as ambições do governo de fortalecer a cadeia de semicondutores nos EUA. No entanto, problemas internos e a desaceleração na demanda colocaram em dúvida sua capacidade de entregar os resultados esperados.

Mesmo com o apoio governamental, incluindo esforços da secretária de Comércio, Gina Raimondo, para atrair empresas como Google, Microsoft e Apple como clientes, a Intel perdeu terreno. A companhia viu seu valor de mercado cair de US$ 500 bilhões em 2000 para US$ 106 bilhões atualmente.

A situação da Intel contrasta com o avanço de outras empresas. A TSMC, por exemplo, recebeu US$ 6,6 bilhões do programa para investir mais de US$ 65 bilhões na construção de fábricas no Arizona. O governo destaca que a Chips Act já impulsionou uma expansão significativa da construção de fábricas, colocando os EUA como o único país com instalações dos cinco principais fabricantes globais de semicondutores.

A deterioração da posição da Intel no mercado levantou especulações sobre aquisições, incluindo uma possível proposta da Qualcomm. Enquanto isso, a administração Biden segue monitorando de perto o desempenho da empresa e sua capacidade de cumprir os compromissos previstos pela Chips Act.

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