Apple SIM indica revolução na relação consumidor-operadora
O SIMcard embutidono tablet iPad Air 2 serve para acessar quatro diferentes operadoras: as norte-americanas AT&T, Sprint e T-Mobile, e a inglesa EE
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2014 às 19h32.
São Paulo - Na coletiva de imprensa e no release enviado aos jornalistas na quinta-feira passada, 17, para apresentar seu novo tablet top de linha, o iPad Air 2, a Apple destacou como principais novidades a sua espessura de apenas 6,1 mm e a presença de um leitor de digital.
Porém, o produto esconde uma novidade muito mais interessante e que pode ser o primeiro passo para uma revolução na relação entre consumidores e suas operadoras móveis.
Trata-se do Apple SIM, um SIMcard embutido que serve para acessar quatro diferentes operadoras: as norte-americanas AT&T, Sprint e T-Mobile, e a inglesa EE.
A novidade está descrita apenas no hotsite do produto, dentro de uma seção sobre conectividade móvel.
A explicação não deixa dúvidas: "Um SIMcard. Várias opções. O novo Apple SIM vem pré-instalado nos modelos do iPad Air 2 com Wi-Fi e rede móvel. O Apple SIM lhe dá flexibilidade para escolher entre uma variedade de planos de curto prazo de operadoras selecionadas nos EUA e no Reino Unido, direto em seu iPad. Sempre que precisar, você pode escolher o plano que lhe sirva melhor – sem comprometimento de longo prazo. E quando viajar você poderá escolher um plano de dados de uma operadora local somente para o período da sua estadia".
A imagem ilustrativa ao lado do texto mostra uma tela em que o usuário pode escolher uma das três operadoras norte-americanas que participam do projeto.
Em resumo: o consumidor não precisará mais se comprometer com um plano de dados de longo prazo para seu tablet.
Em vez disso, poderá contratar planos de curto prazo sempre que precisar e com a operadora que quiser (entre aquelas participantes do projeto).
E provavelmente poderá pagar com seu cartão de crédito cadastrado na Apple, via Apple Pay.
Duas fontes do mercado de SIMcards com as quais MOBILE TIME repercutiu a novidade disseram que a solução da Apple se assemelha a uma ideia que a indústria móvel vem discutindo há algum tempo, mas cujo foco original era o mercado de comunicação entre máquinas (M2M).
Seria a adoção de um SIMcard especial, embutido em módulos M2M, que pudesse ser personalizado remotamente, trocando eventualmente de operadora.
Isso é particularmente útil para equipamentos em que o SIMcard vem soldado ou cujo acesso para troca é difícil.
Lembra também um antigo projeto do Denatran de carros conectados, que sairiam de fábrica com um SIMcard chamado de "chapa-branca", que poderia servir a qualquer operadora.
É sabido que há testes também entre operadoras de um mesmo grupo internacional para a adoção de plataformas que permitam trocar o número do SIMcard conforme o consumidor viaja para outros países, adotando linhas locais de teles do mesmo grupo.
A Telefônica, por exemplo, vem testando uma plataforma dessas.
A própria GSM Association (GSMA), entidade que representa as operadoras e os fabricantes de equipamentos móveis, vem fomentando a adoção de plataformas de gerenciamento de assinantes móveis.
O foco, porém, é para casos pontuais, como os citados acima, não para um SIMcard universal, comenta uma fonte.
Por isso, uma solução para a contratação de planos de dados pelo consumidor final entre operadoras diferentes em um tablet, como o Apple SIM, pegou de surpresa boa parte da indústria móvel.
Análise
Antes de se assustarem, as operadoras móveis devem lembrar um dado importante: as vendas de tablets com entrada para SIMcard são muito menores que aquelas de tablets que funcionam somente com Wi-Fi.
A maioria dos consumidores se conecta com os tablets através de suas redes caseiras ou no ambiente de trabalho.
E quando precisam de conexão na rua acabam usando seu smartphone como roteador. Tanto é assim que muitas operadoras simplesmente pararam de vender tablets ou pelo menos reduziram o número de modelos em seu portfólio.
Outras criaram planos de dados para serem compartilhados, pois seria a única maneira de convencer o usuário a acessar a rede móvel diretamente pelo seu tablet.
Portanto, em vez de ser uma ameaça, o Apple SIM pode ser a solução, trazendo novos usuários às redes móveis, ainda que ocasionais, por poucos dias, durante uma viagem ou um passeio.
Na indústria de SIMcards, por sua vez, a transformação pode ser ainda mais profunda. Se soluções como essa chegarem aos smartphones, as vendas de SIMcards diminuirão.
Em substituição, essa indústria provavelmente investirá em plataformas para gerenciamento remoto desses assinantes, além de outros serviços.
- 1. Com qual tablet eu vou?
1 /14(Simon Dawson/Bloomberg)
São Paulo - Na semana passada, publicamos um guia com alguns ótimos smartphones disponíveis no mercado. Agora é a vez dos tablets. Veja a seguir dez modelos que têm qualidade e merecem a atenção de um consumidor que procura um tablet legal para comprar ainda em 2014. No final, ainda adicionamos algumas opções para quem não está com pressa e aceita esperar mais alguns meses por um produto novo.
2 /14(Justin Sullivan/Getty Images)
O iPad mini, da Apple, é um dos melhores tablets para quem procura uma tela com tamanho menor, ele tem tela de 7,9 polegadas. Ele não chega a ser pequeno e ruim de ser manuseado, mas é mais fácil de ser transportado do que os tablets com tela de cerca de dez polegadas. O principal avanço entre a primeira e a segunda geração do iPad mini é a tela Retina. A contagem de pixels aumentou bastante e chegou a 2.048 x 1.536 pixels -- a mesma do iPad Air. O iPad mini de segunda geração tem compatibilidade com a rede 4G brasileira. Ele ainda vem sem o leitor de digitais da Apple, o Touch ID, que faz parte do novo iPhone 6 e fazia parte do iPhone 5s. Ele sai a partir de 1.499 reais.
3 /14(Victor J. Blue/Bloomberg)
O Samsung Galaxy Tab S, de 8,4 polegadas, é o destaque do mundo Android nas telas de tamanho médio. É um dos poucos tablets capazes de enfrentar com competência o iPad mini (ele ganha em alguns quesitos e perde em outros). O grande destaque aqui é a sua tela. Em teste, ela impressiona pela vivacidade, com resolução de 1.600 x 2.560 pixels. Ele vem com 3 GB de RAM, que é mais do que suficiente para rodar o Android 4.4 com fluidez. Ele ainda vem com conteúdo grátis, como um ano de assinatura virtual da revista Bloomberg Businessweek e uma porção de apps grátis disponibilizados somente para usuários de Samsung. O que estraga, como costuma acontecer com a Samsung, é o acabamento. O Galaxy Tab S tem traseira de plástico, com a mesma textura do smartphone Galaxy S5. O modelo com conexão 4G e 16 GB de armazenamento sai por 1.799 reais, que é o mesmo preço do iPad mini nessa configuração. Por outro lado, o iPad mini vem com traseira de alumínio, o que passa uma sensação de alta qualidade (e talvez essa seja a grande diferença entre os dois tablets -- pagar 1.799 reais por um dispositivo construído em plástico pode desestimular alguns possíveis compradores, principalmente quando pelo mesmo valor se pode comprar algo de melhor qualidade).
4 /14(Noah Berger/Bloomberg)
Depois de quatro gerações, a Apple decidiu acrescentar um segundo nome ao seu iPad, que virou iPad Air (à direita na foto). Com a mudança no design, ele ficou bem parecido com o iPad mini. Bordas finas ao redor na tela e traseira lisa feita de alumínio. A tela é de 9,7 polegadas e faz com que ele não seja tão compacto quantos os modelos de telas menores. A resolução é de 2.048 x 1.536 pixels. Mas um ponto alto do iPad Air é que mesmo com a tela de quase dez polegadas, ele ainda é relativamente compacto. Tem apenas 7,5 mm de espessura e pesa menos de 500 gramas. Ele ainda vem com o iOS 7 da Apple, mas o sistema já pode ser atualizado para iOS 8. Ele custa, no Brasil, a partir de 1.749 reais.
5 /14(Kiyoshi Ota/Bloomberg)
Se o Galaxy Tab S menor é rival direto do iPad, este, com 10,5 polegadas, vai atrás do iPad Air. Ele vem rodando Android 4.4 e tem conexão 4G. A tela tem resolução de 1.600 x 2.560 pixels e apresenta imagem bem viva. Ele é um monstro: tem processador octa-core e 3 GB de RAM, assim como a sua versão menor. Mais uma vez, seu ponto negativo é o acabamento em material de baixa qualidade. O ponto positivo é que a Samsung lançou uma variedade de acessórios para acompanhar o tablet, como teclados e cases especiais. A sua versão de 16 GB de armazenamento e com conexão 4G sai por 2.049 reais.
6 /14(Divulgação/Sony)
O Sony Xperia Z2 tablet é um dos dispositivos mais interessantes com Android. Um dos grandes destaques é a espessura de 6,4 mm -- uma das menores do mercado. Ele vem com tela de 10,1 polegadas e resolução de 1.200 x 1.920 pixels. O Z2 tem especificações parrudas: são 3 GB de RAM e um processador quad-core 2,3 GHz. O Z2 vem com o Android 4.4. KitKat, que é o mais recente lançado pelo Google. A câmera traseira é de 8,1 MP e faz filmes em resolução Full HD. Um diferencial dele, é que é à prova d'água. O preço é de 2.599 reais.
7 /14(Divulgação/Dell)
O Venue 11 Pro, da Dell, é um bom tablet para quem procura maior integração entre um PC com Windows e seu tablet. Ele roda o sistema Windows 8.1, da Microsoft. Ele vem acompanhado de um teclado, o que ajuda profissionais que buscam produzir bastante conteúdo no tablet -- como escrever textos ou editar planilhas. Uma segunda função do teclado é que ele tem uma bateria interna, o que aumenta a autonomia do Venue 11 Pro. Com tela de 10,8 polegadas, no interior ele tem um processador Atom, da Intel, e 2 GB de RAM. O total de armazenamento disponível é 64 GB. No site da Dell é possível escolher algumas especificações, como dar um upgrado no Windows para a versão 8.1 Pro. Ele custa a partir de 2.299 reais.
8 /14(Reprodução/Lenovo.com)
Outra fabricante que aposta no Windows como sistema para seu tablet é a Lenovo, com o ThinkPad 8. Ele tem tela de 8,3 polegadas com resolução Full HD. O visual do tablet é bem sisudo, a traseira é de plástico preto com aparência fosca. Uma das vantagens dele é o peso de 440 gramas. Isso faz com que segurar o gadget por um longo tempo não seja desgastante. Ele tem capacidade de armazenamento de 64 GB e roda o Windows 8.1. Mais uma vez, é uma boa opção para quem não quer ter que usar um sistema operacional diferente do que costuma lidar no PC. No Brasil, ele sai por 1.390 reais.
9 /14(Divulgação/HP)
O HP 8 é um dos tablets que a HP lançou neste ano aqui no Brasil. Ele vem com tela de 7,85 polegadas e resolução de 768 x 1.024 pixels (não tão alta se comparada aos outros modelos nesta lista). Uma diferença dele para os outros tablets com Android nessa faixa de tamanho é a proporção da tela. O HP 8 tem a mesma proporção do iPad mini. A sua tela, portanto, é menos esticada do que a do LG G Pad e do Samsung Galaxy Tab S. Pessoalmente, acho mais confortável para a leitura de livros e revistas. Ele não é tão potente. Tem processador quad-core de 1 GHz e 1 GB de RAM. Por outro lado, a HP consegue oferecer o HP 8 por um preço muito mais atrativo do que seus concorrentes. Acompanhado de película e uma capa protetora, ele sai por 699. É um dos melhores no aspecto custo-benefício.
10 /14(Divulgação/LG)
O LG G Pad 10,1 é o gadget da LG na categoria de tablets maiores. Ele vem com a mesma qualidade de seu irmão de tela menor. Recursos da LG, como o Knock Code (que destrava a tela com uma sequência de toques pré-definidas nela) estão presentes. Ele vem com processador quad-core de 1,2 GHz e memória RAM de 1 GB. Além disso, ele tem tela com resolução de 1.280 x 800 pixels. Ele chega rodando a versão 4.4 Kit Kat do Android, que é a mais atual. Ele sai por 1.100 reais.
11 /14(Getty Images/Michael Dodge/Stringer)
A seguir estão alguns tablets que devem ser lançados até o final deste ano, mas sobre os quais ainda não se tem informações concretas.
12 /14(Reprodução/YouTube)
Rumores apontam que a Apple deve realizar um novo evento em outubro para apresentar novos produtos. Entre os cotados estão novas versões do iPad Air e do iPad mini. Além de adotar novos processadores A8 (que estão dentro do iPhone 6), a Apple pode adicionar aos dois modelos o leitor de impressões digitais, o Touch ID (na imagem ao lado). O prazo fica um pouco apertado para que eles cheguem no Brasil ainda em 2014. Mas é possível que cheguem entre novembro e dezembro, juntamente com o iPhone 6.
13 /14(Divulgação/Sony)
A Sony já publicou o Xperia Z3 tablet em seu site, que tem lista aberta para compradores interessados no gadget. O lançamento está próximo, mas ainda não tem data certa, nem preço definido. Quando chegar, ele será um belo tablet com Android. Pesando apenas 270 gramas, ele virá com tela de oito polegadas e resolução de 1.920 x 1.200 pixels. O processador será um quad-core de 2,5 GHz e ele terá 3 GB de RAM. Será, com certeza, um dos tablets com Android mais interessantes do mercado quando chegar.
14 /14(Divulgação)
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