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Apple processa NSO Group, empresa por trás do spyware Pegasus

Companhia israelense tem tecnologia capaz de acessar iPhones e dispositivos Android

Privacidade: a empresa de Tim Cook está buscando um mandado permanente para proibir o NSO Group de usar qualquer serviço da Apple (Foto/Reprodução)

Privacidade: a empresa de Tim Cook está buscando um mandado permanente para proibir o NSO Group de usar qualquer serviço da Apple (Foto/Reprodução)

LP

Laura Pancini

Publicado em 24 de novembro de 2021 às 15h50.

Última atualização em 24 de novembro de 2021 às 15h51.

A Apple está processando a empresa israelense de spyware NSO Group por supostamente atacar usuários de iPhone com o software Pegasus.

Em uma postagem de blog, a Apple disse que queria responsabilizar o grupo e sua empresa controladora, OSY Technologies, pela vigilância de usuários dos smartphones da marca.

O spyware Pegasus tem a capacidade de infectar iPhones e dispositivos Android. É possível extrair mensagens, fotos e e-mails, gravar chamadas e ativar secretamente microfones e câmeras.

O NSO afirma que sua ferramenta foi feita para ser usada contra terroristas e criminosos e que apenas agências militares, policiais e de inteligência de países com bons antecedentes em direitos humanos tiveram acesso.

Porém, de acordo com informações da BBC, a tecnologia supostamente já foi usada contra políticos, jornalistas e ativistas.

A ação da Apple segue um processo iniciado em 2019 pelo WhatsApp, que ainda está tramitando no sistema judiciário dos Estados Unidos. Outras empresas de tecnologia, incluindo Microsoft, Meta (anteriormente Facebook e dona do WhatsApp) e Alphabet também já criticaram o grupo.

Entre as principais alegações feitas contra o grupo pela Apple no documento apresentado ao Tribunal Distrital dos Estados, estão:

  • As ferramentas do NSO foram usadas para atacar clientes Apple e vigiar cidadãos norte-americanos "em dispositivos móveis que podem e cruzam as fronteiras internacionais";
  • Mais de 100 credenciais de usuário Apple ID falsas foram criadas pelo grupo para realizar os ataques;
  • Os servidores da Apple não foram hackeados, mas o NSO os manipulou para atacar usuários.

A Apple ainda afirma que entrou em uma "corrida armamentista"com o NSO Group, que supostamente estava "constantemente atualizando seu malware para superar as atualizações de segurança" da empresa.

"Para evitar mais abusos e danos aos seus usuários, a Apple também está buscando um mandado permanente para proibir o NSO Group de usar qualquer software, serviço ou dispositivo da Apple", disse o documento.

A empresa por trás do spyware disse em resposta: "Milhares de vidas foram salvas em todo o mundo graças às tecnologias do Grupo NSO usadas por seus clientes (...) Pedófilos e terroristas podem operar livremente em refúgios tecnológicos e fornecemos aos governos as ferramentas legais para combatê-los. O NSO Group continuará a defender a verdade."

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