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As ações que dobraram de preço em 2018 e as que caíram pela metade

Das 66 ações que compõem o principal indicador do mercado brasileiro, 45 terminaram o ano em alta

Magazine Luiza: Ação da varejista subiu mais de 100% em 2018 (Germano Lûders/Exame)

Magazine Luiza: Ação da varejista subiu mais de 100% em 2018 (Germano Lûders/Exame)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 6 de janeiro de 2019 às 07h00.

Última atualização em 6 de janeiro de 2019 às 07h00.

Quem olha o Índice Bovespa em alta de 15,03% acha que 2018 foi um ano bom para todos que investiram em ações. Não é bem assim. O índice é formado pelas ações mais negociadas e com maior valor de mercado, mas é uma média ponderada dos preços de todos os 66 papéis.

Tanto que, das 66 ações que compõem o principal indicador do mercado brasileiro, 45 terminaram o ano em alta, enquanto 20 caíram e uma ficou estável, conforme levantamento feito usando a Economatica. E, entre essas ações, há algumas que mais que dobraram de preços, com ganhos de mais de 120%, enquanto outras perderam mais da metade de seu valor.

Portando, dependendo das ações que cada investidor ou cada fundo têm em carteira, seu ganho será muito bom ou péssimo. A exceção é quem comprou fundos que seguem o índice, e que têm cotas negociadas em bolsa, os ETF, e que tiveram rendimento igual ou bem próximo do índice.

Capital mais que dobrou com Magazine Luíza e Cemig

A maior alta do índice no ano foi da ação ordinária (ON, com voto) de Magazine Luíza, com 126,36%. A empresa, que já era uma das preferidas dos investidores no varejo, trouxe resultados ainda mais significativas e atraiu mais compradores. Cemig PN (papel preferencial, sem voto) subiu 116,76%, com a perspectiva de melhora de gestão com o novo governo liberal de Minas Gerais eleito em outubro.

B2W Digital subiu 104,98%, com a perspectiva de melhora das vendas no ano que vem pela retomada da economia, especialmente nos canais digitais. Suzano Papel ON fechou 2018 com alta de 104,73%, em meio à fusão com a Fibria e aos ganhos no mercado de celulose.

Sem dobrar de preços, alguns papéis do índice também encheram o bolso dos investidores. Gol PN subiu 71,92%, com a queda dos preços dos combustíveis, expectativa de melhora para o setor e a liberação da participação estrangeira nas companhias aéreas. Fibria ON foi outra, com 52,64%.

Cielo perdeu metade do valor no ano

No ano, o destaque de baixa do Índice Bovespa foi a ação ON da Cielo, que caiu 58,15%, em meio à entrada de novos concorrentes do setor de maquininhas de cartão, especialmente a Pagseguro e a Stone, que abriram capital nos EUA. Outra queda forte foi de Qualicorp ON, com 56,90% de baixa, após a empresa fechar um acordo estranho com seu sócio fundador prometendo uma indenização milionária para ele não deixar a companhia e criar uma concorrente.

Kroton ON perdeu 50,09%, com as mudanças nas políticas de financiamento estudantil do governo e maior concorrência no setor. E Via Varejo ON caiu 44,56% com o complicado processo de venda que seu controlador, o Grupo Pão de Açúcar e o francês Casino tentam implementar desde meados deste ano.

BRF ON, dona das marcas Sadia e Perdigão, ainda em sua maré de azar e problemas na Justiça com operações da Polícia Federal e delações premiadas da concorrente JBS, além de riscos de perder os mercados árabes se o presidente Jair Bolsonaro levar adiante a proposta de mudar a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém, perdeu 40,08% de seu valor de mercado no ano. Smiles ON, que está em processo de ser incorporada pela controladora Gol, caiu 39,31%.

Esta reportagem foi publicada originalmente na Arena do Pavini.

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