Modernas opções de hotelaria: obras de arte e projeto arquitetônico premiado (Gabriel Cabral/Divulgação)
Repórter
Publicado em 6 de novembro de 2024 às 06h00.
Última atualização em 6 de novembro de 2024 às 12h26.
Uma instalação no terraço do lobby do Pulso Hotel, inaugurado em abril em São Paulo, deixa clara a ligação com as artes. De autoria de Nuno Ramos, a obra preenche duas paredes, a maior com mais de 19 metros de largura e 8 de altura. É um poema em braile que diz o seguinte: “Não importa o que vi, mas aquilo em que toco. Nuvens sem céu, suco sem fruto, olhos sem luz e sem vulto, um sol de sombra, obscuro. Não importa o que toco depois dessas mãos, mas a concha, palavra”.
Com portas de vidro de uma ponta à outra, do chão ao teto, e mobiliário assinado por ícones como Sérgio Rodrigues e Jorge Zalszupin, o lobby permite que a instalação seja contemplada até mesmo da rua. Foram adquiridas mais de 300 obras, entre desenhos, fotos, pinturas e gravuras. A seleção ficou a cargo do arquiteto Guilherme Wisnik, que teve como base o Concretismo, o cosmopolitismo de São Paulo e nas ondas de imigração que marcaram a cidade.
As obras foram utilizadas para decorar as 57 suítes, a maioria delas com 32 metros quadrados — as cinco maiores têm o dobro do tamanho. A uma quadra tanto da Avenida Rebouças quanto da Brigadeiro Faria Lima, em Pinheiros, o Pulso ocupa um bloco de três andares encobertos por brises verticais metálicos que imitam madeira. O revestimento, que serve de freio para o sol e favorece a privacidade dos hóspedes, pode ser aberto e fechado na altura das sacadas.
O hotel faz parte de um empreendimento imobiliário, o Praça Henrique Monteiro, com entrada independente — o projeto é do arquiteto Arthur Casas. “Luxo tem mais a ver, atualmente, com experiências inesquecíveis do que com ostentação”, diz Otavio Suriani, CEO do hotel. Tanto hóspedes quanto moradores têm acesso à piscina, à academia e ao spa, a cargo da rede L’Occitane. No térreo funciona o Bistrô Charlô e o bar Sarau. As diárias giram em torno de 2.500 reais.
Outra boa-nova do segmento em São Paulo é o Edifício Renata Sampaio Ferreira. Em frente ao Copan, foi projetado por Oswaldo Arthur Bratke (1907-1997). Com sua fachada de cobogós retangulares, foi inaugurado em 1956. Repaginado pela desenvolvedora imobiliária Planta Inc, o prédio de 12 andares foi reinaugurado no final de 2023 com nova função. Agora é destinado a hospedagens, de curta, média ou longa duração. A diária custa a partir de 431 reais, e a mensalidade, de 8.460 reais em diante.
Despesas com luz e internet, entre outras, já estão inclusas — a hospedagem está a cargo da plataforma Tabas. Mobiliados, os apartamentos dispõem de cozinha com todos os eletrodomésticos básicos, além de louças, taças e talheres. A varanda do terceiro andar ganhou uma convidativa piscina. Fica próxima da academia, da sauna e do restaurante Parador, aberto ao público em geral. O térreo vai ganhar, em breve, uma cafeteria, um bar e uma brasserie.