Revista Exame

Informalidade na taça

Novos bares dedicados ao vinho, como Clementina e Saída de Emergência, defendem a apreciação da bebida com menos pompa

Bar Saída de Emergência, em São Paulo: sem protocolos (Bar Saída de Emergência/Divulgação)

Bar Saída de Emergência, em São Paulo: sem protocolos (Bar Saída de Emergência/Divulgação)

Daniel Salles
Daniel Salles

Repórter

Publicado em 6 de novembro de 2024 às 06h00.

Última atualização em 6 de novembro de 2024 às 12h26.

Atire a primeira rolha quem nunca se viu obrigado a fazer cara de conteúdo em resposta a alguma pergunta de algum sommelier. Só quem entende do assunto, afinal, não costuma ficar encabulado — ou então aborrecido — com o excesso de indagações que alguns profissionais do tipo tendem a disparar. E às vezes só porque você pediu uma sugestão de vinho tinto. No Clementina, em São Paulo, inaugurado no ano passado, os clientes parecem estar a salvo de constrangimentos do tipo. Isso porque o bar tem o propósito de decantar um pouco da pompa que ainda impera no mundo do vinho.

Ele ocupa um charmoso sobrado em Pinheiros e recepciona a clientela em dois ambientes bem distintos. Um deles fica abaixo da altura da rua e é voltado para um terraço. Assim como o salão superior, inaugurado recentemente, tem paredes de tijolinhos aparentes, que aumentam a sensação de aconchego. Todo mundo que vai pela primeira vez costuma ser recepcionado com uma breve explicação sobre o foco do endereço, que são os vinhos naturais, orgânicos e biodinâmicos, que passaram a fazer enorme sucesso de uns anos para cá.

Bar Clementina, também na capital paulista: parede de tijolos (Bar Clementina/Divulgação)

Mas coisa rápida. Vencido o protocolo inicial, a clientela é deixada à vontade para aproveitar a visita e escolher o que quiser. Aos interessados, claro, a brigada se apressa em dar indicações de rótulos e explicar o que for preciso. Marcel Forte, um dos sócios, é o responsável pela seleção de vinhos. A carta lista tintos, como o malbec argentino El Burro, rosés, como o da marca chilena Lazy Winemaker, e até laranjas, a exemplo do Elefante Pisador, do Uruguai. Para mastigar há desde tábuas de frios e embutidos com direito a um ótimo chutney até pizzas cortadas em quadradinhos.

Em funcionamento desde junho, o também paulistano Saída de Emergência aposta em fórmula parecida. O andar de cima do restaurante Incêndio, em Pinheiros, também preza pela informalidade no consumo de vinhos. A novidade, assim como o Incêndio, pertence aos mesmos donos do restaurante Cór e da unidade paulistana do Osso. Com ambientação descontraída, o Saída de Emergência vende mais de 120 rótulos selecionados por Guilherme Mora, um dos sócios. Para equilibrar o álcool, a cozinha expede aperitivos como vinagrete de polvo e pizzas feitas na grelha.

No Tão Longe, Tão Perto, mais um bar paulistano da safra de 2023, os vinhos saem de nove torneiras, similares às de chope. É um sinal inequívoco de que o empreendimento, na Barra Funda, acredita que tintos e companhia harmonizam muito bem com certo despojamento. Em agosto, o bar ganhou uma filial em Botafogo, no Rio de Janeiro. Assim como a matriz, a novidade espalha cadeiras de praia na calçada e serve aperitivos como embutidos e pães artesanais. A seleção dos vinhos está a cargo dos dois sócios, a sommelière Gabriela Monteleone e o importador Ariel Kogan.

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