Revista Exame

Melhores do ESG: os destaques do ano em agronegócio, alimentos e bebidas

Caramuru Alimentos é vencedora da categoria agronegócio, alimentos e bebidas; 3Tentos e SLC Agrícola são destaques

Agronegócio, alimentos e bebidas: os destaques do Melhores do ESG 2024 (Catarina Bessell/Exame)

Agronegócio, alimentos e bebidas: os destaques do Melhores do ESG 2024 (Catarina Bessell/Exame)

Publicado em 18 de junho de 2024 às 06h00.

A Caramuru Alimentos, uma das maiores processadoras de milho, soja e biocombustíveis do país, trabalha a sustentabilidade partindo de três compromissos: desmatamento zero, monitoramento da matéria-prima adquirida, e não aceitação de inconformidades na cadeia de fornecimento.

Na prática, isso se dá por meio de programas como o Sustentar, criado no ano passado, com o lançamento de um selo que garante o rastreamento de todas as matérias-primas, e uma certificação. Para isso, os agrônomos visitaram produtores parceiros para a avaliação da performance social, ambiental e econômica com base em 164 indicadores. A certificação integra atualmente 13,61% dos 5.224 fornecedores, o que corresponde aproximadamente a 395.000 hectares.

O objetivo é atingir 85% no nível de conformidades e 20% de participação até 2025. “Por meio do Sustentar é possível rastrearmos a origem dos grãos que recebemos, atestando a ética e o compromisso sustentável deles. Dessa maneira, garantimos pilares como plantação em áreas livres de desmatamento e manejo adequado da terra, desde a primeira etapa até a mesa do consumidor”, afirma Júlio Costa, diretor-presidente da Caramuru.

Outro destaque é a produção de combustíveis limpos e renováveis por meio da agricultura familiar. Com isso, ao longo do ano, foram 291.925 créditos de descarbonização emitidos — um aumento de 18,62% em relação a 2022, com a comercialização de 436.053,93 m3 de biodiesel em plantas certificadas pelo RenovaBio. No ano passado, a companhia também iniciou a produção e comercialização do etanol de soja no complexo industrial de Sorriso (MT), com capacidade anual de 9,5 milhões de litros, dos quais 72% serão comercializados no mercado brasileiro; e 28%, consumidos internamente como insumos.

O programa de Liability Management, em 2022, captou 956 milhões de reais via Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Esse recurso está alinhado aos Green Bonds Principles. Há também o Pré-Pagamento à Exportação (PPE) Sustentável, firmado no valor de 80 milhões de dólares, com metas para redução das emissões de gases de efeito estufa e rastreabilidade da cadeia de fornecedores de matéria-prima. No ano passado foi aprovado, ainda, um plano de investimento para plantação de 224 hectares de floresta de eucalipto e aquisições de florestas em pé para corte e colheita em 2024 e 2025.

A Caramuru investe em melhoria de processos, como a produção de energia fotovoltaica que alimenta 59 armazéns. Ou ainda em uma turbina de cogeração mais moderna para melhor eficiência energética. Há também um investimento de 180 milhões de reais para a construção de armazéns, diminuindo a necessidade
de transporte da soja.


DESTAQUES DO SETOR

As empresas que junto com a Caramuru se destacaram em Agronegócio, Alimentos e Bebidas

3Tentos

A companhia de agronegócio 3Tentos destacou-se em 2023 com a aplicação do Selo Carbono a 400 produtores, reduzindo as emissões de CO² em 36%. Também mapeou os fornecedores nos biomas amazônico e Cerrado e inaugurou uma indústria em Mato Grosso, com investimento de 550 milhões de reais. A unidade tem capacidade para processar 2.600 toneladas de soja e 1.000 m³ de biodiesel por dia, aumentando a produção em 65% e 118%, respectivamente. A empresa emitiu debêntures verdes, captando 560,7 milhões de reais para projetos sustentáveis. Atualmente, está analisando os riscos e as oportunidades das mudanças climáticas, seguindo as diretrizes internacionais de green bonds.

SLC Agrícola

Em 2023, a SLC Agrícola avançou na agricultura regenerativa, com duas fazendas certificadas pelo Regenagri — a maior área de soja e algodão das Américas. Investiu em reflorestamento em áreas arenosas, plantas de cobertura e proteção de 112.700 hectares, visando neutralidade de carbono até 2030. Foram aplicados 160 milhões de reais em práticas de descarbonização. Em economia circular, quatro unidades já não contam com aterro sanitário e destinam seus resíduos para compostagem. Até 2028, todas as 22 unidades operarão assim. Na área social, a meta é ter 100% de funcionários com ensino fundamental completo até 2028. A empresa chegou a ter centenas de analfabetos em seu quadro; hoje, tem apenas um.


Acompanhe tudo sobre:1264

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda