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Edy Star, músico que marcou o glam rock brasileiro, morre aos 87 anos

Artista faleceu na manhã desta quinta-feira, após internação em hospital de São Paulo

Edy Star: artista estava internado em estado grave no Hospital Heliópolis, localizado na zona sul de São Paulo (Redes Sociais/Reprodução)

Edy Star: artista estava internado em estado grave no Hospital Heliópolis, localizado na zona sul de São Paulo (Redes Sociais/Reprodução)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 24 de abril de 2025 às 14h21.

Última atualização em 24 de abril de 2025 às 19h35.

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O cantor Edy Star morreu nesta quinta-feira, 24 de abril. O artista estava internado em estado grave no Hospital Heliópolis, localizado na zona sul de São Paulo, depois de sofrer um acidente doméstico.

Conhecido por sua versatilidade, o músico deixou um legado marcante no glam rock brasileiro e sendo lembrado como um dos primeiros músicos do país a afirmar publicamente sua homossexualidade, além de seu estilo provocador.

A notícia foi divulgada nas redes sociais oficiais do artista por Ricardo Santhiago, biógrafo e amigo próximo. Segundo o comunicado enviado à imprensa, Edy morreu em decorrência de complicações clínicas que se agravaram nos últimos dias.

De acordo com Santhiago, ele chegou ao hospital em condição crítica, chegou a realizar sessões de diálise, mas sua situação de saúde continuou a se deteriorar. Até o momento, não foram divulgadas informações sobre o velório.

Trajetória

Nascido em Juazeiro, na Bahia, com o nome de batismo Edivaldo Souza, Edy começou a carreira jovem, como locutor na Rádio Sociedade da Bahia. Nas décadas de 1960 e 1970, mergulhou no cenário dos teatros de revista, cabarés e da música popular brasileira.

Edy foi o último integrante vivo do icônico grupo que gravou o disco Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, lançado em 1971. Ao lado de Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada, formou o grupo conhecido como os “kavernistas”.

Durante sua estadia em Salvador, usava o nome artístico Edy Bofélia e se apresentava no Largo de Roma, chamando a atenção por sua personalidade intensa. Waldir Serrão o relembrou com carinho no documentário Antes que Me Esqueçam, Meu Nome é Edy Star, lançado no ano passado: “Era um viado valente, queria bater em todo mundo no Cinema Roma”.

Mais tarde, no Rio de Janeiro, construiu sua trajetória nos cabarés da zona portuária e, aos poucos, conquistou espaço em casas noturnas renomadas da zona sul. Foi nesse ambiente que consolidou sua figura como um artista provocador e inovador.

Em 1974, lançou Sweet Edy, considerado uma das obras fundamentais do glam rock nacional. Enquanto os Secos & Molhados chamavam a atenção pelo visual, Edy apostava em uma pegada mais teatral e roqueira, cheia de brilho e ousadia.

O disco incluiu faixas de grandes compositores, como Caetano Veloso (O Conteúdo) e Gilberto Gil (Edite Cooper), ambos já próximos de Edy antes da fama. No documentário, Caetano o definiu como “um libertador”.

Além de intérprete, Edy também influenciou a cena musical como letrista: versos seus serviram de base para Gilberto Gil compor Procissão, sucesso de 1962. No entanto, o reconhecimento oficial de sua coautoria veio apenas nos anos 2000.

A canção Edite Cooper, lançada por Gil em 1973 como Edith Cooper, fazia uma divertida analogia entre Edy e o astro do rock americano Alice Cooper, homenageando o cantor baiano com irreverência.

Após quase duas décadas vivendo na Espanha, Edy retornou ao Brasil nos anos 2000. Em 2017, lançou Cabaré Star, produzido por Zeca Baleiro, com participações de nomes como Ney Matogrosso, Caetano Veloso e Ângela Maria.

Já em 2023, gravou o álbum Meu Amigo Sérgio Sampaio, dedicado à obra do compositor capixaba. Mais recentemente, estava envolvido na produção de um tributo a Raul Seixas — projeto que agora deve ser finalizado com o apoio de financiamento coletivo.

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