Sarah Buchwitz, CEO do Grupo Flow (Grupo Flow/Divulgação)
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Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 10h46.
Última atualização em 7 de dezembro de 2024 às 01h02.
Quem não gosta de um bom podcast cheio de histórias de tirar o fôlego? Esse estilo de entretenimento virou febre no Brasil nos últimos anos. Não à toa, o país é atualmente o maior consumidor de podcasts no mundo, com 40% dos usuários de internet sintonizados nesse formato e alta de 28% no consumo em 2023, segundo a Global Web Index. E entre tantas opções no streaming, o Grupo Flow se destaca como um dos quedinhos dos ouvintes.
Com mais de 4 milhões de seguidores no Spotify, o Flow é hoje um dos maiores podcasts do país. Competindo com outros gigantes como Podpah e Mano a Mano. Em um nicho já saturado, o grande diferencial do grupo é a produção de videocasts para todos os gostos, seguindo na esteira do favoritismo dessa pegada.
De acordo com dados do Spotify, divulgados em outubro na Culture Next, foram visualizados 2,9 bilhões de minutos de videocasts nos primeiros cinco meses do ano, representando aumento de 58% em comparação com o mesmo período de 2023.
Após se transformar em uma holding de mídia e tecnologia em novembro de 2023, o grupo vive um momento de grande expansão. Em sua participação na Comic Con Experience (CCXP) 2024, a empresa quer seduzir os novos nerds e impactar o mercado da creator economy com um novo produto.
Chippu Place: o serviço que vai revolucionar a assinatura de streamings — e o que assistir nelesDurante o festival, o Grupo Flow estará em um estande instagramável e que exibirá suas principais verticais: Flow, Vênus, Ciência Sem Fim, Flow Games, Flow Sport Club, Flow News e Flow S.A. O espaço também conta com uma réplica do estúdio da empresa, que vai 'transportar' os visitantes a um mundo onde a criatividade não tem limites.
Os fãs poderão aproveitar o "meet & greet" com grandes figuras do Flow, como o fundador do grupo Igor Coelho, e os hosts Sérgio Sacani, Davy Jones, Phoenix e Dane Taranha. A experiência também oferece interações e transmissões ao vivo, com mais de sete horas de programação diária de todas as verticais do portfólio da marca. Uma forma de transportar a diversão da internet para o mundo real, literalmente.
Além de celebrar um ano do lançamento da holding, o espaço na CCXP representa o sonho da criação de um universo de informação e entretenimento onde todas as pessoas, sem exceção, estão incluídas, conta Sarah Buchwitz, CEO do Grupo Flow, em entrevista à EXAME.
"Queremos mostrar o quanto evoluímos para além do videocast, pois agora atuamos em diferentes formatos. Vamos materializar as atrações que temos na nossa programação, porque as pessoas têm uma visão aspiracional do nosso grupo. Elas querem conhecer de perto os apresentadores e viver nesse cosmos. Dessa forma, queremos fidelizar nossa audiência e conquistar novos públicos que ainda não conhecem o Flow".
Os conteúdos do portfólio do Flow sempre dão o que falar nas redes sociais, garantindo à marca grande visibilidade. Não por acaso, o canal no YouTube já conta com mais de 5,58 milhões de assinantes, consolidando sua liderança entre os maiores criadores de conteúdo da plataforma.
O canal é conhecido pelos tradicionais videocasts sobre ciência, saúde mental, humor e esportes. Além de entrevistas com importantes personalidades do entretenimento e da política. Desde figurões do cinema como o cineasta Francis Ford Copolla até grandes lideranças, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Flow anuncia blockchain próprio para criar "experiências pioneiras" no setor de mídiaPor seu envolvimento em pautas políticas, o Flow também já foi palco de momentos controversos, como a invasão da equipe de Pablo Marçal aos estúdios da empresa, em outubro de 2024. O político, que disputava a prefeitura de São Paulo nas eleições, foi expulso do debate organizado pelo Flow por infringir as regras e provocar um clima de animosidade que resultou em briga no palco.
A marca também deu a volta por cima do prejuízo provocado por seu ex-sócio Monark, após o polêmico episódio de apologia ao nazismo durante a transmissão de um dos programas do Flow, em 2022. Em uma declaração no Flow News, em setembro deste ano, o fundador Igor Coelho diz ter superado o prejuízo milionário sofrido pela empresa com a "crise do cancelamento". Segundo o influenciador, "do ponto de vista de reputação e finanças, o problema foi resolvido" e a empresa apresentou melhorias dentro de seu staff.
Como o 'céu é o limite', a holding não quer parar de crescer na internet e na aquisição de novos públicos, embora a regra do momento é manter os pés no chão. Sua tática é chegar na CCXP de forma ousada para mostrar potência.
Por outro lado, o propósito também é deixar claro que o Flow vai muito além de um podcast no streaming. "Há um forte apego e identificação dos espectadores com as marcas 'Ciência Sem Fim' e 'Flow News'. Mas, a internet e o público offline ainda está descobrindo nosso lado institucional. Em um ano de operação, a holding é como um bebê recém-nascido. Por isso, apostamos nesta estratégia ousada na CCXP para ter protagonismo e criar novas parcerias de marketing com outras empresas para os próximos anos", afirma Sarah Buchwitz.
O Flow diversificou sua operação nos últimos e apostou no desenvolvimento de tecnologias para impulsionar o mercado da creator economy. Na CCXP, a empresa lança o Data4Creators, uma plataforma SaaS (Software as a Service) para dar suporte a criadores de conteúdo, influenciadores, streamers e produtores de vídeo que utilizam redes sociais de forma profissional.
Criada por sua venture studio WolfVision, a plataforma visa melhorar o engajamento e ampliar o alcance, oferecendo funcionalidades como:
O mercado de SaaS (Software as a Service) tem registrado um crescimento acelerado, puxado pela demanda crescente por soluções tecnológicas voltadas a nichos específicos, como o de criadores de conteúdo. Segundo dados recentes do PitchBook, os investimentos em startups de SaaS cresceram 70% no segundo trimestre de 2024, totalizando US$ 21,9 bilhões, em relação ao trimestre anterior. Comparando com o mesmo período de 2023, o aumento foi de 40%, destacando o amadurecimento do setor.
"Por meio do WolfVision, nossa vertical de negócios para tecnologia, queremos estimular transformações positivas no mercado. Nossa meta é ser uma empresa 360º, ao produzir conteúdos e dar um empurrãozinho em criadores que estão em ascensão. Eles enfrentam desafios que vão da comercialização do produto até inteligência de dados. Conhecendo as dores dos criadores, criamos uma solução para os nossos problemas e os dos outros", explica Sarah.
Apesar de a empresa não apresentar os rendimentos de 2024, houve aumento de 50% na receita neste ano, em relação a 2023. E a previsão é fechar com lucro satisfatório para o grupo, adiantou a CEO. Criando margem para investimentos em novas frentes de negócio em 2025.
"Enquanto ecossistema de conteúdo digital, temos sempre a visão de expansão de conteúdos e em como fortalecer nosso setor com produtos e serviços. Estamos crescendo nessas duas direções. E levar o que temos de melhor para outros segmentos, como conteúdos customizados para coberturas de festivais e marcas parceiras".