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'Coringa 2': Todd Phillips diz que filme é uma 'experiência cinematográfica' e critica o streaming

Em entrevista, cineasta destaca que longa precisa ser visto no cinema, da maneira como foi imaginado e produzido para exibição

'Coringa 2': veja entrevista com Todd Philips (Kevin Winter/Getty Images)

'Coringa 2': veja entrevista com Todd Philips (Kevin Winter/Getty Images)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 16 de outubro de 2024 às 17h44.

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No começo de outubro, "Coringa: Folia a Dois" chegou aos cinemas brasileiros, quase um mês depois de sua primeira exibição, na 81º Festival Internacional de Cinema de Veneza. Por lá, a exibição não foi tão calorosa: as primeiras críticas da crítica especializada dedurou a atuação "apagada" de Lady Gaga e os problemas de roteiro da "experiência cinematográfica" que Todd Philips se propôs a exibir.

A expectativa do público era que filme tão interessante quanto seu antecessor, "Coringa" (2019), que arrecadou bilheteria de US$ 1,078 bilhão e rendeu a Joaquin Phoenix o Oscar de Melhor Ator. A sequência, no entanto, ainda não engatou: o longa custou US$ 200 milhões aos cofres da Warner Bros. Pictures e, até o fechamento desta matéria, acumulou US$ 216,5 milhões em bilheteria.

Para o cineasta, no entanto, "Coringa: Folia a Dois" tem mais a ver com a experiência cinematográfica de uma mente perturbada como a de Arthur Fleck do que só um compromisso com a bilheteria. À EXAME, Todd Phillips relatou o processo dos bastidores para o filme e a relevância do cinema para esse lançamento.

Veja a entrevista com Todd Phillips, diretor de 'Coringa: Folia a Dois'

Como este filme complementa o primeiro Coringa?

Todd Phillips: Bem, a resposta mais simples é que é uma continuação direta. A história se passa dois anos após os eventos do primeiro filme, onde encontramos Arthur prestes a enfrentar as consequências pelos crimes que cometeu.

Você e Scott Silver criaram esse mundo sombrio para Arthur neste filme – como vocês conseguiram encontrar um pouco de luz?

Para mim, Arthur sempre teve luz dentro dele. Ele é como um dente-de-leão crescendo entre as rachaduras de uma calçada quebrada. O problema dele era que ninguém conseguia ver essa luz. Em Folie à Deux, gostamos da ideia de explorar o que aconteceria se alguém finalmente visse essa luz. O que isso despertaria em Arthur?

Quais foram os elementos dessa história que mais te entusiasmaram sobre voltar ao mundo de Arthur?

Joaquin e eu amamos Arthur desde o primeiro dia do primeiro filme. Normalmente, quando as filmagens terminam, você QUER que acabe. Às vezes, você conta os dias. Com o primeiro filme, não queríamos que terminasse. Se Joaquin e eu pudéssemos, teríamos filmado por mais três meses. Continuávamos encontrando coisas novas para explorar com um personagem como Arthur. Então, para responder a essa pergunta—tudo, realmente. Ficamos empolgados com todos os elementos que nos levaram de volta ao mundo de Arthur.

Esta é a sua segunda vez trabalhando com Joaquin. Como você descreveria essa parceria?

Minha parceria com Joaquin é realmente uma colaboração intensa. Começamos a conversar MESES antes das filmagens e a conversa realmente só acaba quando terminamos a pós-produção. Todos os diretores colaboram com seus atores principais, ou pelo menos todos os bons diretores fazem isso—mas o que Joaquin e eu temos parece um nível ainda mais profundo.

Qual é a relação de Arthur com o Coringa neste filme e como ela evoluiu desde o primeiro?

A relação de Arthur com o Coringa é semelhante à do primeiro filme—é instável, no melhor dos casos. Não temos certeza se o Coringa representa Arthur tirando sua máscara ou colocando-a. Em outras palavras, o Coringa é apenas o lado sombrio de Arthur? Ou é o contrário?

O que Lady Gaga traz para o papel de Lee?

Gaga sempre me pareceu como luz do sol. Ela tem uma magia dentro dela. E além do fato óbvio de que ela “traz a música COM ela”, ela também trouxe uma vulnerabilidade intensa para Lee, e acho que esse é o ponto-chave. Ela precisava parecer tão aberta, empática e danificada quanto Arthur.

Você tem uma equipe de cabeças de departamento talentosa. Como você colaborou com eles para retratar sua visão do filme?

Quero dizer, não há nada como fazer cinema. É uma GIGANTE colaboração em todos os sentidos da palavra. A melhor parte de fazer isso há tanto tempo é que você forma relacionamentos com algumas das pessoas mais talentosas de suas áreas e tem a chance de trabalhar com elas repetidamente. Sinto-me privilegiado todos os dias que vou trabalhar sabendo que, essencialmente, meu “trabalho” é sair com amigos talentosos e criar algo juntos.

Por que é tão importante para você fazer filmes para a experiência cinematográfica?

Os filmes foram FEITOS para serem maiores que a vida. Eles foram feitos para serem vistos nas maiores e melhores telas disponíveis, com os projetores e sistemas de som de ponta—é assim que deve ser. Isso não significa que os filmes não “funcionem” no streaming, mas certamente não “funcionam” da mesma forma que os cineastas pretendiam, porque quando você faz um filme, sempre o imagina em uma sala de cinema (esperançosamente) lotada. Essa reação compartilhada da audiência faz PARTE do filme. É parte da experiência. Você simplesmente não consegue isso em casa. Não importa o quão boa seja sua TV. E nem vamos começar a falar sobre a compressão que os serviços de streaming usam.

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