“Uber das vendas”, brasileira Cloud Humans recebe investimento de R$ 6,3 milhões
Fundada em setembro de 2020, a startup conecta empresas a profissionais autônomos de atendimento e vendas. Entenda o que atraiu os investidores
Carolina Ingizza
Publicado em 10 de março de 2021 às 09h00.
Última atualização em 10 de março de 2021 às 12h54.
Com menos de um ano de operação, a startup brasileira Cloud Humans já conquistou clientes e investidores de peso. A companhia, que conecta empresas como Loft e Rappi a profissionais autônomos de atendimento e vendas, anuncia nesta quarta-feira, 10, ter recebido um aporte de 6,3 milhões de reais em uma rodada seed de investimento liderada pela gestora de venture capital Canary. Participaram também os investidores-anjo Paulo Silveira, fundador do grupo Alura; Fabien Mendez, fundador da Loggi; Marcelo Sampaio, fundador da Hashdex; e Sergio Souza, presidente da G4S no Brasil.
"Garantir produtividade hoje é um desafio para muitas empresas e gostamos muito da maneira como a Cloud Humans resolve este problema, conectando clientes a profissionais autônomos, com uma relação de trabalho flexível e eficiente e gerenciamento apoiado por uso de tecnologia", afirma Marcos Toledo, sócio do Canary.
A empresa foi fundada em setembro de 2020 por Ian Kraskoff, Bruno Cecatto e Felipe Serra. O trio se conheceu na operação brasileira da Uber Eats, onde descobriram o quão difícil era estruturar times de atendimento e vendas. Com desejo de empreender , eles decidiram se aventurar pelo mercado de terceirização, que movimenta 39 bilhões de dólares por ano nesse segmento na América Latina.
O modelo da Cloud Humans é como um “Uber das vendas”. Os profissionais autônomos se cadastram na plataforma e podem ser convidados pelas empresas clientes para participar de projetos. Em média, eles trabalham de 15 a 21 horas por semana, o que resulta em uma renda líquida de 1.300 a 1.700 reais por mês.
Hoje, a base de profissionais cadastrados já soma mais de 1.700 pessoas e recebe de 70 a 100 novos interessados por semana. “Muitas pessoas têm procurado formas flexíveis e remotas de complementar sua renda, principalmente dentro do contexto de pandemia”, diz Kraskoff.
Do lado das empresas, a startup oferece acesso não só a uma base de profissionais, mas também a um conjunto de soluções de tecnologia para ajudar a dar mais eficiência ao trabalho de atendimento e venda por telefone. Segundo a companhia, as 15 empresas clientes relataram ter aumentado sua produtividade em até 50% depois de usar o produto.
A Cloud Humans cobra das companhias um valor por hora de trabalho dos profissionais. Em projetos mais complexos, a hora pode custar cerca de 50 reais, por exemplo. Aos autônomos, a startup repassa os ganhos uma vez ao mês, cobrando uma comissão de 30% pelo serviço.
Com o aporte, a empresa vai expandir seu time de operações e investir no desenvolvimento de novas tecnologias para tornar o trabalho dos profissionais mais simples, reduzindo o tempo perdido com números de telefone errados, por exemplo. “Temos muitas ineficiências do mercado mapeadas e queremos resolvê-las", diz Kraskoff.