O que leva uma empresa a fechar -- e como evitar isso
Em média 25% das pequenas e médias empresas no Brasil fecham suas portas com apenas dois anos de atividade, sendo que com cinco anos este índice aumenta para mais de 50%
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2015 às 11h40.
Os principais motivos que levam uma empresa a fechar as portas
Escrito por Ricardo Mollo, especialista em empreendedorismo
Em média 25% das pequenas e médias empresas no Brasil fecham suas portas com apenas dois anos de atividade, sendo que com cinco anos este índice aumenta para mais de 50%. Os principais motivos são a falta de capital de giro, baixos lucros, alto endividamento e principalmente baixo nível de gestão empresarial.
Há diversos outros motivos que também ajudam a explicar a alta mortalidade das empresas: baixa competitividade, conflito entre sócios, falta de experiência empresarial, altos custos e despesas, inadimplência, falta de clientes e interferências governamentais.
O ano de 2015 tem sido um dos piores anos para as empresas brasileiras. A forte crise política associada à leniência do governo para implantar um processo de reestruturação administrativa com impactos relevantes sobre os gastos governamentais produziram uma crise econômica que nos afetará por diversos anos. O que estamos passando neste momento é apenas o início de uma fase dura que terá enormes impactos e consequências na sustentabilidade financeira das companhias e no desenvolvimento da nossa sociedade.
A atual gestão governamental vem há muito tempo orgulhando-se de ter conseguido avanços no desenvolvimento das empresas e no combate à pobreza, porém infelizmente teremos nos próximos tempos um retrocesso importante que provavelmente consumirá grande parte da evolução social e empresarial dos últimos anos.
Recentemente a Serasa divulgou que quase 50% das empresas brasileiras têm algum tipo de atraso de pagamentos. A alta da inadimplência de forma acelerada é um indício muito negativo de que precisamos reagir para conseguirmos manter nossas companhias estáveis. O que fazer para não corrermos o risco de comprometê-las? A melhor forma é prevenir-se para não chegar a situações de risco insustentáveis.
Uma boa forma de prevenção é desenvolver um plano de negócios de curto e médio prazos que leve em consideração como a companhia se desenvolverá. Este planejamento deve contemplar um fluxo de caixa das operações, análise de rentabilidade e principalmente um plano de ação que deve ser executado com o máximo de disciplina. Companhias que planejam e que são bem controladas e estáveis financeiramente têm geralmente maior chance de sucesso.
Seguem algumas dicas de como prevenir-se e melhorar a administração de sua companhia: aumentar controle de resultados, fazer planejamento financeiro, reduzir riscos, separar conta corrente pessoal da conta da empresa, distribuir lucros somente quando a companhia estiver estável, reduzir obstinadamente custos e despesas, reduzir capital de giro empregado em estoque e contas a receber, manter caixa de segurança, melhorar relacionamento bancário e criar parcerias com fornecedores.
Mantenha o arrojo comercial, mas com conservadorismo financeiro. Tente adequar suas finanças pessoais com a capacidade de geração de caixa da companhia, sem descuidar do seu crescimento, pois ele que garantirá a sustentabilidade dos seus futuros ganhos.
Entretanto, o que fazer quando a companhia está mal? O primeiro passo é diagnosticar os principais problemas e montar um plano de reestruturação com duas fases: de ações emergenciais e de estabilização. Geralmente a principal ação emergencial é a de se conseguir mais recursos financeiros. As formas mais rápidas para conseguirmos caixa extra são: venda de ativos da companhia ou mesmo dos sócios, busca de empréstimos com garantia de bens pessoais, redução acelerada de estoques e venda de participação acionaria. Contudo, garantir o caixa para a fase emergencial não é suficiente. É necessário atacar as origens dos problemas que levaram a empresa a chegar nesta situação.
É muito difícil empreender no Brasil. O custo brasil, as altíssimas taxas de juros e de impostos, os altos gastos com logística, burocracia, corrupção e a volatilidade cambial impõem aos empresários enormes desafios de gestão, porém em todo país em desenvolvimento há inúmeras oportunidades para empreender. Como os riscos são altos, os melhores negócios tendem a apresentar ótimo potencial de rentabilidade.
Qualquer crise é algo muito ruim para o desenvolvimento do país e de sua sociedade, porém se há algo de positivo que podemos aprender com este processo é conseguirmos sobreviver, mesmo em situações adversas. Infelizmente diversas companhias deixarão o mercado nos próximos tempos, desta forma, as mais preparadas e competitivas conseguirão sobressair-se e certamente se fortalecerão.
Muitos empreendedores estão vendo a crise como uma oportunidade de ganhar espaço de competidores vulneráveis ou mesmo de comprá-los por preços mais baixos. De qualquer forma é muito importante neste momento mantermos o positivismo, considerando que esta crise será apenas mais uma das diversas que passamos e que, com planejamento, gestão e foco no crescimento, nossas empresas se manterão com as portas abertas por diversas gerações.
Ricardo Mollo é empreendedor, professor de finanças dos cursos certificates do Insper e PhD candidate na University of London
Os principais motivos que levam uma empresa a fechar as portas
Escrito por Ricardo Mollo, especialista em empreendedorismo
Em média 25% das pequenas e médias empresas no Brasil fecham suas portas com apenas dois anos de atividade, sendo que com cinco anos este índice aumenta para mais de 50%. Os principais motivos são a falta de capital de giro, baixos lucros, alto endividamento e principalmente baixo nível de gestão empresarial.
Há diversos outros motivos que também ajudam a explicar a alta mortalidade das empresas: baixa competitividade, conflito entre sócios, falta de experiência empresarial, altos custos e despesas, inadimplência, falta de clientes e interferências governamentais.
O ano de 2015 tem sido um dos piores anos para as empresas brasileiras. A forte crise política associada à leniência do governo para implantar um processo de reestruturação administrativa com impactos relevantes sobre os gastos governamentais produziram uma crise econômica que nos afetará por diversos anos. O que estamos passando neste momento é apenas o início de uma fase dura que terá enormes impactos e consequências na sustentabilidade financeira das companhias e no desenvolvimento da nossa sociedade.
A atual gestão governamental vem há muito tempo orgulhando-se de ter conseguido avanços no desenvolvimento das empresas e no combate à pobreza, porém infelizmente teremos nos próximos tempos um retrocesso importante que provavelmente consumirá grande parte da evolução social e empresarial dos últimos anos.
Recentemente a Serasa divulgou que quase 50% das empresas brasileiras têm algum tipo de atraso de pagamentos. A alta da inadimplência de forma acelerada é um indício muito negativo de que precisamos reagir para conseguirmos manter nossas companhias estáveis. O que fazer para não corrermos o risco de comprometê-las? A melhor forma é prevenir-se para não chegar a situações de risco insustentáveis.
Uma boa forma de prevenção é desenvolver um plano de negócios de curto e médio prazos que leve em consideração como a companhia se desenvolverá. Este planejamento deve contemplar um fluxo de caixa das operações, análise de rentabilidade e principalmente um plano de ação que deve ser executado com o máximo de disciplina. Companhias que planejam e que são bem controladas e estáveis financeiramente têm geralmente maior chance de sucesso.
Seguem algumas dicas de como prevenir-se e melhorar a administração de sua companhia: aumentar controle de resultados, fazer planejamento financeiro, reduzir riscos, separar conta corrente pessoal da conta da empresa, distribuir lucros somente quando a companhia estiver estável, reduzir obstinadamente custos e despesas, reduzir capital de giro empregado em estoque e contas a receber, manter caixa de segurança, melhorar relacionamento bancário e criar parcerias com fornecedores.
Mantenha o arrojo comercial, mas com conservadorismo financeiro. Tente adequar suas finanças pessoais com a capacidade de geração de caixa da companhia, sem descuidar do seu crescimento, pois ele que garantirá a sustentabilidade dos seus futuros ganhos.
Entretanto, o que fazer quando a companhia está mal? O primeiro passo é diagnosticar os principais problemas e montar um plano de reestruturação com duas fases: de ações emergenciais e de estabilização. Geralmente a principal ação emergencial é a de se conseguir mais recursos financeiros. As formas mais rápidas para conseguirmos caixa extra são: venda de ativos da companhia ou mesmo dos sócios, busca de empréstimos com garantia de bens pessoais, redução acelerada de estoques e venda de participação acionaria. Contudo, garantir o caixa para a fase emergencial não é suficiente. É necessário atacar as origens dos problemas que levaram a empresa a chegar nesta situação.
É muito difícil empreender no Brasil. O custo brasil, as altíssimas taxas de juros e de impostos, os altos gastos com logística, burocracia, corrupção e a volatilidade cambial impõem aos empresários enormes desafios de gestão, porém em todo país em desenvolvimento há inúmeras oportunidades para empreender. Como os riscos são altos, os melhores negócios tendem a apresentar ótimo potencial de rentabilidade.
Qualquer crise é algo muito ruim para o desenvolvimento do país e de sua sociedade, porém se há algo de positivo que podemos aprender com este processo é conseguirmos sobreviver, mesmo em situações adversas. Infelizmente diversas companhias deixarão o mercado nos próximos tempos, desta forma, as mais preparadas e competitivas conseguirão sobressair-se e certamente se fortalecerão.
Muitos empreendedores estão vendo a crise como uma oportunidade de ganhar espaço de competidores vulneráveis ou mesmo de comprá-los por preços mais baixos. De qualquer forma é muito importante neste momento mantermos o positivismo, considerando que esta crise será apenas mais uma das diversas que passamos e que, com planejamento, gestão e foco no crescimento, nossas empresas se manterão com as portas abertas por diversas gerações.
Ricardo Mollo é empreendedor, professor de finanças dos cursos certificates do Insper e PhD candidate na University of London