Maior edtech do mundo chega ao Brasil para ensinar crianças a programar
A BYJU’S Future School, maior startup da Índia, inicia operações no Brasil com método de ensino que aposta na lógica para formar cidadãos do futuro
Maria Clara Dias
Publicado em 28 de julho de 2021 às 06h00.
Última atualização em 28 de julho de 2021 às 14h38.
Para formar os profissionais do futuro, é preciso treinar algumas habilidades desde a infância. É nisso que acredita a BYJU’S Future School, startup indiana de educação que é hoje a maior e mais valiosa edtech do mundo. A empresa acaba de anunciar a sua chegada oficial ao Brasil para reforçar sua missão de expandir o ensino de programação para crianças.
A BYJU’S foi fundada em 2011 a partir do método de ensino criado pelo educador Byju Raveendran, então professor de matemática. O objetivo era criar uma plataforma de ensino online capaz de preparar crianças para o futuro, do ponto de vista social e profissional, com as competências mais importantes para o novo contexto do mercado de trabalho.
Raveendran considerava esse um desafio ainda mais crítico na Índia, segundo país mais populoso do mundo, o que consequentemente resulta numa maior competitividade no mercado.
Dez anos depois, a empresa se tornou não apenas um unicórnio (apelidado dado às empresas cujo valor de mercado é igual ou superior a 1 bilhão de dólares), mas também passou a ser a segunda maior startup da Índia, com um valuation de 16,5 bilhões de dólares e mais de 100 milhões de alunos. A empresa está atrás apenas da gigante Flipkart, de delivery, avaliada em 37,6 bilhões de dólares.
No início deste ano, a startup deu início a um processo de internacionalização que mirou, a priori, países de língua inglesa, como Estados Unidos, Austrália e Reino Unido. Agora, em um segundo momento, a edtech chega ao Brasil e também ao México.
Uma das principais apostas da BYJU’S está no ensino de programação e matemática em quatro diferentes currículos, separados por idade. O público-alvo são crianças e adolescentes de 6 a 15 anos.
As aulas são online, individuais e abordam, além da programação e matemática, o pensamento crítico e lógica. Em comum, todas as aulas contam com projetos práticos para que o aluno saia da teoria e possa aplicar o que foi aprendido, seja no desenvolvimento de aplicativos, sites ou até mesmo jogos.
“A nossa missão é fazer com que os jovens gostem de aprender”, diz Fernando Prado, presidente da BYJU’S Future School no Brasil e ex-CEO da ClickBus. “Vamos potencializar as crianças do Brasil para que elas possam aprender, não apenas para questões profissionais, mas sejam formados como cidadãos e criadores com pensamento crítico para o futuro”.
A metodologia da edtech funciona com base em créditos educacionais - cada crédito equivale a uma aula. O valor para 4 créditos mensais é de R$300 e R$500, para 8 créditos mensais.
Focar exclusivamente nas crianças não é o único diferencial da BYJU’S. No Brasil, a startup também conta apenas com mulheres na docência, replicando o modelo que vem da Índia. “Entendemos que o mercado de tecnologia é composto, em sua maioria, por homens. Por isso damos a possibilidade às mulheres que querem estar neste mercado e querem descobrir uma nova aptidão, que é ensinar”, diz Prado.
Já são 400 professoras e 1.500 alunos cadastrados, já na fase pré-operacional da empresa. Até o fim do ano, a empresa espera ter ao menos 10.000 alunos e 1.500 professoras na plataforma. “Nossa ambição é alta, mas o mercado também é gigantesco”, diz o CEO. Em um segundo momento, a edtech também deve oferecer aulas de ciências, línguas e música.
Educação em alta
Entendendo que é preciso se adaptar de maneira ágil às novas tendências do mercado, o braço educacional da EXAME, a EXAME Academy, lançou um joint venture para a criação da Futuro Dojo, escola virtual de competências cada vez mais pedidas pelas empresas, como trabalho em equipe, criatividade e gestão do tempo — as chamadas soft skills. Os cursos oferecidos pela escola vão desde inovação e transformação ágil até decodificação e imersão em corporate venture.
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