Walmart, Target e Best Buy unem-se contra a Amazon
Empresas defendem novas regras tributárias para a Amazon
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2011 às 21h13.
São Paulo - O mundo do varejo assiste à primeira grande guerra entre as redes do mundo real e suas concorrentes do mundo virtual. De um lado, estão o Walmart, maior varejista do planeta, Target, Best Buy, Home Depot e a Sears. Do outro, está a Amazon, a maior empresa de comércio eletrônico. E o resultado da briga pode respingar em companhias de e-commerce menores.
O Walmart e seus aliados pressionam os parlamentares americanos para mudar a legislação tributária do país. O objetivo é eliminar as atuais vantagens da Amazon, no quesito impostos. A esperança dos varejistas é que o pagamento de mais tributos mine a competitividade da concorrente.
Uma decisão da Suprema Corte americana, publicada em 1992, afirma que somente varejistas que contem com alguma presença física (lojas e escritórios) devem recolher impostos. Sob essa condição, a Amazon atualmente é obrigada a pagar impostos apenas em cinco estados: Kansas, Kentucky, Dakota do Norte, Washington e Nova York.
País inteiro
Como o sistema político e legislativo americano é bastante descentralizado, o Walmart e seu grupo começou uma campanha para que as leis estaduais mudem. Na semana passada, por exemplo, os varejistas conseguiram que o estado de Illinois aprovasse alterações.
A Amazon e outras empresas de e-commerce, como a Overstock.com, costumam se associar a representantes locais que vendem os produtos por meio de encomendas a esses sites. Sob a nova regra de Illinois, nesses casos, os sites deverão recolher impostos sobre as vendas.
A lei foi inspirada na do estado de Nova York. Agora, o Walmart e seus aliados querem que ela se torne federal. Para atrair os deputados e senadores, os varejistas afirmam que não há sentido em conceder benefícios fiscais a algumas empresas, em um momento em que a economia americana anda de lado.
Horas depois de a lei ser sancionada pelo governador de Illinois, o democrata Pat Quinn, a Amazon cancelou os contratos com uma rede de 9.000 afiliados no estado. A mesma medida foi adotada no Havaí, Carolina do Norte e Rhode Island, após os estados aprovarem leis semelhantes.
Salto no imposto
Segundo o americano The Wall Street Journal, no ano passado, os afiliados da Amazon pagaram 18 milhões de dólares em impostos ao estado. Com a nova lei, eles estimam que o valor subiria de 25% a 30% neste ano. Rapidamente, o Walmart, a Sears e outras redes de varejos se ofereceram para contratar os ex-afiliados da Amazon em Illinois.
A investida do Walmart e de seus aliados deixa claro que a Amazon pode atuar no mundo virtual, mas representa uma ameaça cada vez mais concreta para as lojas de tijolos, vitrines e prateleiras.