Como 17 empresas praticam o voluntariado, de NET a Santander
Com ações que vão desde doações de sangue à construção de casas para populações em situação de emergência, conheça os programas de voluntariado de 17 companhias
Luísa Melo
Publicado em 12 de novembro de 2013 às 13h40.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h24.
São Paulo - Videoaulas para crianças de comunidades remotas, doações de sangue coletivas, plantio de árvores, construção de casas para populações em situação de emergência e até realização de sonhos de meninos e meninas com doenças graves. Muitas empresas cedem horas de trabalho do seu pessoal para causas sociais e desenvolvem (ou apoiam) políticas sérias de voluntariado - que vão muito além de doar dinheiro a instituições, recurso que pode ser parcialmente abatido em impostos. Conheça as ações de algumas delas.
O Programa Escola Brasil (PEB), projeto de voluntariado do banco Santander envolve não só os funcionários como familiares, clientes e toda a comunidade escolar. Por meio dele, são firmadas parcerias com escolas públicas que recebem ações nos temas esporte e recreação, arte e cultura, meio ambiente, diversidade, empreendedorismo e geração de renda. Os interessados em participar do projeto firmam parcerias com escolas próximas da onde vivem. Como forma de incentivar e preparar os funcionários para trabalharem no meio educacional, a empresa promove encontros anuais de capacitação para as atividades desempenhadas junto aos centros de ensino. A ação surgiu em 1998 como uma inciativa espontânea de alguns colaboradores e tornou-se uma prática corporativa. A companhia possui cerca de 50 mil colaboradores no Brasil e, até setembro, contava com 4.501 voluntários - reunidos em 452 núcleos para atender a 274 escolas públicas de 166 municípios, em 22 estados.
Dos 18 mil funcionários da C&A no Brasil, cerca de 8 mil estão envolvidos em atividades de voluntariado. Por meio do Insitituto C&A, criado em 1991, eles realizam brincadeiras, contação de histórias e renovam o acervo de ONGs e centros de educação infantil parceiros da empresa. Além disso, eles se mobilizam para arrecadar recursos para essas instituições. Alguns deles que fazem parte do time de liderança da companhia, inclusive, ajudam na gestão dessas organizações. Cada parceria dura pelo menos dois anos e as ações acontecem no horário de expediente dos colaboradores. O projeto já atendeu 110 organizações, em mais de cem cidades. Ao entrar para a empresa, na integração, cada funcionário é apresentado às atividades e convidado a integrar o time de voluntários.
Por meio do programa "Jovem Parceiro", criado há treze anos no Brasil, funcionários da Ericsson ministram aulas virtuais a estudantes de uma comunidade que fica bem no meio da floresta amazônica. São cerca de 15 voluntários que transmitem conhecimento a cerca de 150 crianças, via Skype - uma ferramenta de de conversa em tempo real, feita através de vídeo. As aulas ocorrem uma vez por semana, toda quarta-feira. Nelas, os estudantes da Escola João Franco Sarmento, em Suruacá, no Pará, aprendem a usar ferramentas virtuais e são levados a um tour pelo mundo, atráves do Google Maps. A Ericsson incentiva seu pessoal a participar preparando os voluntários para ministrarem as atividades. No Brasil, a empresa tem cerca de 7 mil funcionários.
Por meio de parcerias, os funcionários do Bank of America Merrill Lynch (BofA) no Brasil participam de diversas atividades voluntárias. Junto com a ONG TETO, por exemplo, colaboradores da empresa já construíram dez casas para comunidades em situação precária no país. Ao lado da Make-a-Wish, eles também já ajudaram a realizar os sonhos de sete crianças com doenças graves - foram cerca de 50 funcionários envolvidos, num projeto que durou quatro meses. Além disso, os funcionários do banco participam do Dia Mundial Da Limpeza de Rios e Praias, ação da ONG ASSU que, uma vez por ano, recolhe e cataloga resíduos encontrados nesses locais para atualizar o mapa mundial dos resíduos nos oceanos. Eles também participam de atividades junto a adultos e crianças com deficiência da Associação Desportiva para Deficientes (ADD). O BofA possui 550 funcionários no Brasil, dos quais cerca de 20% estão envolvidos em programas de voluntariado. Os projetos existem desde o início dos anos 2000. O banco pretende aumentar o número de pessoas engajadas estabelecendo metas para cada departemento da empresa, nos próximos dois anos.
Em 2007, em parceria com a ONG Habitat para Humanidade, voluntários da Dow construíram 32 casas no Guarujá (SP). A ação fez parte de um programa chamado SolidariDaw, que desde de aquele ano promove ações em favor da educação e empreendedorismo. Este ano, funcionários da unidade de Aratu (BA) realizaram atividades educacionais em escolas, em parceria com a Junior Achievement. Já os colaboradores da fábrica de Franco da Rocha (SP) e Guarujá (SP) plantaram árvores nativas e ministraram palestras sobre meio ambiente. Cerca de 800 horas foram dedicadas nas atividades, ao todo. Em cada ação, cerca de 100 funcionários são envolvidos. A Dow possui 2.529 trabalhadores no Brasil.
Os funcionários da ArcelorMittal Aços Longos, por meio do programa Pró-Voluntariado, participam de doações de sangue coletivas, realizam campanhas de agasalho e de Natal e ainda desenvolvem atividades junto a idosos de um posto de saúde próximo a uma das unidades da empresa, em Cariacica (ES) - projeto chamado Digna Idade, que ocorre durante o expediente. As atividades existem desde 2000 e só em 2012 beneficiaram cerca de 17 mil pessoas, em 54 campanhas e ações. A ArcelorMittal Aços Longos estimula os colaboradores a integrarem o programa por meio de comitês locais, criados exclusivamente para isso.
Por meio do Instituto Roberto Bosch, fundado em 1971 no Brasil (que antes de 2004 tinha o nome de Associação Beneficente Roberto Bosch), os funcionários do Grupo Bosch participam de vários projetos voluntários. Um deles é um programa próprio, chamado Peça por Peça, por meio do qual são realizadas gincanas e mutirões para atender a necessidades básicas e estruturais de diversas organizações e escolas parceiras da companhia. Outra ação é a Formare, franquia social da Fundação Iochpe, pela qual 140 jovens foram capacitados como assistentes de Serviços Comerciais, administrativos e logísticos, por cerca de 80 educadores voluntários. Por ano, o Instituto Roberto Bosch investe cerca de 4 milhões de reais em programas sociais. Ao todo, a empresa possui 9,7 mil colaboradores no país e cerca de 500 deles participam de projetos de voluntariado.
A Level 3 Communications possui um programa de responsabilidade social chamado Level 3 Cares. Dentro dele, há uma ação de voluntariado, a Level 3 Volunteers. Por meio dela, os funcionários têm pelo menos 8 horas de trabalho para se dedicar a atividades voluntárias, como realização de festas de dia das crianças e de final de ano em instituições apadrinhadas pela empresa. Ao longo do ano, cerca de 1500 são beneficiadas com essas atividades. Instituições como Fundação Maria Carolina, Vivamigos, Pastoral da Criança e Aldeias Infatis são parceiras da companhia nesses projetos. As atividades existem desde 1998, mas ganharam força em 2009 com estruturação do programa de voluntariado da Level 3 Communications. A empresa tem cerca de 600 colaboradores no Brasil e aproximadamente 200 deles se envolvem nas ações de voluntariado.
Através que uma rede global de voluntariado chamada GE Volunteers, a GE organiza diversas atividades voluntárias em cidades onde ela possui escritórios, fábricas ou centros de pesquisa, no mundo todo. As ações são realizadas nas áreas de saúde, meio ambiente, educação e desenvolvimento comunitário. Elas são organizadas por conselhos de voluntariado. No Brasil, há nove deles: em são Paulo, Campinas, Cotia, Rio de Janeiro, Petrópolis, Macaé, Belo Horizonte, Contagem, Recife e Salvador. No ano passado, mais de 300 ações foram realizadas no país, com envolvimento 4.306 pessoas, em 52 instituições diferentes. Uma delas, realizada em parceria com a ONG Junior Achievement, contou com ações que ajudaram a despertar o espírito empreendedor em jovens, através de aulas sobre o mundo dos negócios. Dessa atividade, participaram 160 voluntários, em 13 escolas de 19 cidades. A GE possui cerca de 8 mil funcionários no Brasil e aproximadamente 800 deles atuam como voluntários regulares.
Por meio do Prove (Programa de Voluntariado Embraco), funcionários da fabricante de compressores constantemente se reúnem para participar de atividades voluntárias junto a comunidade. Entre as ações estão a doação de alimentos, roupas e trabalho relacionado à educação e preservação do meio ambiente em escolas. Em Joinvile (SC), os participantes do projeto ministram aulas de reforço e atividades lúdicas em centros de ensino da cidade. Atualmente, cerca de 350 pessoas colaboram com o programa. Outra atividade praticada pelos colaboradores da empresa é o "Global Volunteer Day", que ocorre no mundo todo, anualmente. O projeto é desenvolvido em parceria com a comunidade onde a empresa está inserida para aplicar recursos de forma permanente nesses locais. Este ano, funcionários da Embraco no México, Estados Unidos, Eslováquia e China já participaram das atividades. No Brasil, a ação ocorrerá nos próximos dias 22 e 23, em Joinville e cerca de 150 voluntários são esperados. No país, a companhia possui cerca de 6 mil funcionários - em Joinville e Itaiópolis (SC). No mundo, são aproximadamente 12 mil.
Há cinco anos, o SAS realiza três campanhas de voluntariado. A primeira é uma doação de sangue coletiva entre os funcionários. A ação geralmente ocorre em junho e julho (meses em que os bancos de sangue estão com baixo índice de coleta), na própria empresa. O material é colhido pela Fundação Pró-Sangue, de São Paulo. A segunda é uma compra coletiva de lanches do McDia Feliz (ação feita pelo McDonald's em que todo o dinheiro da venda de um sanduíche é doada ao Graac). Os funcionários contribuem com o dinheiro e os sanduíches comprados são levados a um orfanato da Bompar, onde eles realizam atividades lúdicas com as crianças. A terceira atividade é a campanha de Natal, através da qual cada colaborador do SAS "adota" uma criança de uma instituição escolhida, entregando a ela roupas, sapatos e um brinquedo. Cerca de 15 funcionários são responsáveis por reunir os voluntários e organizar e promover as ações. O SAS tem 170 colaboradores no Brasil.
Uma vez por ano, a Heineken organiza um programa voluntário chamado Heineken Cidadania. O projeto faz parte da política global de sustentabilidade da cervejaria, chamada "Brewing a Better Future". Por meio dele, são realizadas palestras e distribuídas cartilhas de conscientização do consumo responsável do álcool, exame de glicemia, aferição de pressão arterial, teste de HIV, corte de cabelo, oficinas profissionalizantes, atividades esportivas, entre outras. O movimento acontece nas cidades onde há fábricas da companhia e é realizado em parceria com governos e instituições sem fins lucrativos. O projeto existe há dez anos. Só em 2013, cerca de 13.300 pessoas foram beneficiadas pelas ações, nas quais estiveram envolvidos cerca de cem funcionários da empresa. A Heineken possui 2300 colaboradores no Brasil e cerca de 30% deles se envolvem nas atividades voluntárias.
A Nextel possui um programa de voluntariado desde 2005. Por meio dele, são promovidos passeios culturais para crianças de instituições parceiras da empresa em são Paulo e no Rio de Janeiro, doações a comunidades carentes, mutirões de reforma em instituições. A companhia tem cede horas de trabalho dos funcionários para dar aulas em escolas públicas. Em outubro deste ano, foi lançado o projeto "Voluntário Tutor", pelo qual colaboradores da operadora trocam experiências com jovens do Instituto Nextel, uma ONG interna que capacita para o mercado de trabalho jovens entre 16 e 24 anos em risco social. Ao longo do ano passado, 22 mil crianças e jovens de mais de cem instituições e escolas públicas foram beneficiadas pelo programa da empresa. Em 2012, participaram das atividades 952 dos 7 mil funcionários da corporação.
Desde o ano passado, a SC Johnson conta com um programa chamado "SC Johnson Voluntários Para o Bem Maior". Através dele, várias ações são desenvolvidas. Em uma delas, feita em parceria com o Instituto Ayrton Senna, professores de escolas públicas de todo o país recebem orientações para reestruturarem o currículo e desenvolverem competências e habilidades. Outra atividade do programa é feita junto a escolas públicas do Rio de Janeiro e Niterói. Por meio dela, os estudantes recebem treinamento gratuito e aulas de educação física e podem participar de competições, principalmente de futebol. No Brasil, a empresa possui cerca de 400 colaboradores.
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