Vendedor processa Versace por usar código para clientes negros
Christopher Sampiro acusa a grife de orientar funcionários a dizer "D410", código usado para roupas pretas, quando clientes negros entram em suas lojas
Luísa Melo
Publicado em 27 de dezembro de 2016 às 16h25.
Última atualização em 27 de dezembro de 2016 às 16h31.
São Paulo - Um ex-funcionário da grife italiana Versace está processando a empresa por supostamente adotar um código secreto para alertar a equipe quando clientes negros entram em suas lojas.
O caso foi denunciado nos Estados Unidos e divulgado pela CNN.
Christopher Sampiro, de 23 anos, trabalhou por duas semanas em uma outlet da marca em Pleasanton, no estado da Califórnia, e acusa a companhia de demiti-lo por ser mestiço.
Ele entrou com a ação em novembro, seis semanas após ter sido dispensado.
Sampiro relata que, durante o treinamento de admissão, um gerente teria questionado se ele conhecia o "código D410", que seria o mesmo usado para roupas de cor preta.
O chefe teria então o instruído a "dizer D410 de forma casual quando uma pessoa negra entrasse na loja", segundo trecho do processo publicado pela CNN.
O vendedor, que se autodeclara "25% afro-americano", teria então respondido ao superior: "você sabe que eu sou afro-americano?". Depois desse diálogo, ele afirma que passou a ser tratado de forma diferente pelo gerente.
Após 15 dias, Sampiro foi demitido, com a justificativa de que ele não entendia e não conhecia a vida de luxo , de acordo com a ação.
No documento, ele ainda acusa a empresa de não o remunerar pelos dias trabalhados e de não conceder intervalos para descanso durante a jornada.
A Versace nega as acusações e pediu uma audiência para contestação, marcada para o dia 21 de março, segundo a CNN. O processo corre na Suprema Corte do Condado de Alameda, na Califórnia.
EXAME.com entrou em contato com a Versace por e-mail, mas não obteve posicionamento até a publicação deste texto.