Startup de RH capta R$ 3,7 milhões em rodada e promete “devolver” 1 bilhão de horas para as empresas
A Bondy é uma spin-off da consultoria Matchbox e tem como clientes Ambev, Raízen e o Mercado Livre
Repórter de Negócios
Publicado em 21 de setembro de 2023 às 16h00.
Última atualização em 21 de setembro de 2023 às 16h35.
A Bondy nem bem chegou ao mercado e já tem uma meta audaciosa: promete “devolver” 1 bilhão de horas para os seus clientes até 2027. A startup oferece uma plataforma SaaS para que as empresas automatizem os processos burocráticos e corriqueiros da área de recursos humanos.
No modelo, os robôs são integrados a canais de comunicação como WhatsApp, Slack e Teams, e podem atender pedidos dos funcionários sobre informações relacionadas a holerites, férias, controle de ponto, e ainda o envio de atestados e outros documentos para a admissão e demissão.
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- De um lado, a ideia é tirar a carga operacional do time de RH
- Do outro, fazer com que os trabalhadores tenham, em poucos cliques e sem burocracia, acesso às informações
- Daí, o conceito de "devolver" horas e a meta, marketeira e otimista, de 1 bilhão, desafogando os times paraque possam desenvolver projetos estratégicos
A startup acaba de receber um aporte no valor de 3,7 milhões de reais. A rodada foi liderada pela SmartMoney, gestora comandada por Fábio Póvoa, co-fundador do iFood, e com mais de 300 milhões investidores. Entraram também a Investidores.vc e a Incubate Fund.
Como a Bondy foi criada
O negócio nasceu dentro da Matchbox, uma consultoria de recursos humanos criada em 2017 e dedicada a promover programas de recrutamento para trainees e estágiários. Após anos de testes e usos da solução, os sócios optaram pelo spin-off.
Oficialmente, a Bondy existe desde fevereiro deste ano. “Eu brinco que já nascemos grandes”, afirma Kleber Piedade, sócio-fundador da startup. O executivo é investidor serial e, além da Bondy e Matchbox, é sócio e co-fundador da E-Mooving, startup de aluguel de bikes elétricas.
Para assumir a liderança da nova startup, ele saiu da operação da Matchbox, sob o comando da sócia Flávia Queiroz desde fevereiro. Na Bondy, Piedade tem como sócios Eduardo Andrade, Sérgio Fiorotti e Fabiane Klafke.
Nestes seis anos do produto, a plataforma cativou algumas grandes companhias para a carteira de clientes, hoje em torno de 60. No portfólio, empresas como Minerva Foods, Ambev, Raízen, Mercado Livre e Grupo Boticário.
De acordo com a startup, a plataforma, baseada em inteligência artificial, entrega uma taxa de assertividade e efetividade na faixa de 85%. Os 15% restantes são tratados com a abertura de chamados atendidos pelos times de RH.
“Na Minerva, nosso cliente desde 2018, a taxa chega a 96% efetividade”, diz. Segundo o executivo, para a empresa, a startup “devolve” 40 mil horas por ano ao responder as dúvidas e solicitações de mais de 12 mil funcionários.
Os altos percentuais obtidos vêm de um sistema modular, permitindo a criação de personas, tom de voz e adição de dúvidas relacionadas a cada tipo de negócio, além de ajustes ao longo do processo. A estrutura conta com um volume de 5.000 potencias dúvidas.
Como a startup pretende usar os recursos
O novo capital deve dar fôlego para que a operação imprima um ritmo mais acelerado de relacionamento e captação de clientes. Com isso, boa parte dos novos recursos serão direcionados para a estratégia de comunicação em busca dos famosos “leads”.
Em outra frente, fará investimentos para aprimorar a tecnologia e incluir mais recursos. “Hoje nós automatizamos alguns processos. O futuro da Bondy é ir além e automatizar muitos outros, funcionar como um assistente pessoal para os funcionários”, afirma.
Para este primeiro ano, a startup projeta um faturamento de R$ 3 milhões, número que pretende dobrar em 2024.
A expansão virá tanto pela atração de novos clientes como pelo aumento de serviços e dos tíquetes nos atuais. A remuneração da startup é calculada pela quantidade de funcionários de cada cliente e também pelo número de integrações que cada empresa usa.