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Produção em Tubarão Azul se estende até março, diz OGPar

Segundo CEO Paulo Narcelio, campo pode ter condições de permanecer em operação com produção entre 2,9 mil e 3 mil barris de óleo/dia


	Funcionário da OGX (hoje conhecida como Óleo e Gás Participações) em plataforma de exploração de petróleo
 (Divulgação)

Funcionário da OGX (hoje conhecida como Óleo e Gás Participações) em plataforma de exploração de petróleo (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2014 às 20h20.

Rio de Janeiro - A Óleo e Gás Participações, petroleira em recuperação judicial, prevê que o campo de Tubarão Azul tenha condições de permanecer em operação até março do próximo ano, com produção entre 2,9 mil e 3 mil barris de óleo/dia, disse nesta segunda-feira o presidente da companhia, Paulo Narcelio.

"Tubarão Azul, nós estimamos (anteriormente) que poderia produzir até julho ou agosto (de 2014), agora a gente já reviu essa estimativa inicial com a possibilidade de produzirmos até março", afirmou Narcelio em entrevista a jornalistas.

Tubarão Azul e Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, são os dois campos produtores de petróleo da companhia. Mas as reservas recuperáveis de Tubarão Azul, que no passado foi grande aposta da ex-OGX, estão próximas de se esgotar.

O presidente destacou que a empresa tem hoje os recursos necessários para manter a produção de petróleo, importante para a geração de caixa da empresa.

"Para manter a companhia operacional, os campos de Tubarão Martelo e Tubarão Azul são mais que suficientes", afirmou.

Entretanto, para cumprir o plano de investimentos traçado para o próximo ano, a empresa terá que recorrer ao mercado. Narcelio não detalhou como isso irá acontecer.

O executivo explicou que o ativo que demandará mais investimentos em 2015 será Tubarão Martelo, que precisará de aportes entre 200 milhões e 500 milhões de dólares.

Mas os novos aportes dependerão da conclusão da reestruturação da empresa, que deve ser concluída em abril de 2015, e também da nomeação de conselheiros e executivos.

Martelo tem atualmente quatro poços em produção. Para 2015, está prevista a perfuração de mais dois poços produtores e três injetores. O objetivo é atingir um pico de produção entre 25 mil e 30 mil de barris/dia de petróleo em 2016.

O principal ativo da Óleo e Gás é alvo ainda de um impasse travado com outra petroleira brasileira, a HRT.

Na semana passada, a HRT disse em nota ao mercado que solicitou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a suspensão das atividades do campo de Tubarão Martelo, o qual a companhia considera ter conexão com o campo de Polvo, operado por ela.

Segundo a HRT, a suspensão da produção em Tubarão Martelo deveria ocorrer até que a ANP decida sobre as condições da unitização com Polvo. Segundo Narcelio, a HRT já provou tecnicamente que não existe interligação entre os campos.

"É um assunto que a gente prefere não discutir pela imprensa, a gente não vai discutir o assunto via comunicado. A gente prefere discutir o assunto via ANP", afirmou.

O comunicado foi publicado pela HRT após a Óleo e Gás ter dado declarações a jornalistas de que não acreditava na conexão entre os campos.

"Quem deve decidir é a agência, não é um comunicado da HRT", completou Narcelio.

Outros ativos de exploração e o promissor BS-4, operado pela Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), não deverão demandar investimentos importantes no próximo ano, disse Narcelio.

Segundo ele, a empresa está em dia com suas obrigações de aportes nesses ativos. No passado, a Óleo e Gás correu o risco de perder sua participação no BS-4, após deixar de cumprir chamadas de investimentos.

Recuperação Judicial

A reestruturação da Óleo e Gás deve ser concluída até abril de 2015. Uma nova OGX reestruturada irá englobar a Óleo e Gás, atual responsável pelos ativos operacionais do grupo.

Dentro dos próximos 15 dias, a OGX será listada na BM&F Bovespa, junto com o registro em Nova York de American Depositary Receipts (ADRs).

Durante um período, haverá duas empresas listadas na bolsa: OGX e Óleo e Gás, com valores distintos, que vão convergir para uma estrutura só onde a OGX vai incorporar a Óleo e Gás.

No fim do processo de reestruturação, os credores da Óleo e Gás que concederam crédito para a empresa já em recuperação judicial terão 65 por cento da nova OGX, os credores anteriores ao processo de recuperação judicial terão outros 25 por cento.

Os outros 10 por cento serão divididos entre os acionistas pré-recuperação, sendo cerca de 5 por cento para Eike Batista.

"Nós vamos sair desta como uma das maiores empresas independentes de petróleo no Brasil", disse Narcelio.

"Vamos ser quase livre de dívidas e será uma empresa de produção de petróleo", afirmou o executivo A recuperação judicial, com início em outubro de 2013, terá que ser concluída em dois anos, até outubro de 2015.

Narcelio destacou que não existe, até o momento, nenhuma medida judicial contra a implementação do plano, apenas alguns questionamentos de etapas do processo.

De acordo com ele, as medidas em vigor não atrapalharam até agora a realização do plano de recuperação previsto.

Texto atualizado às 21h18min do mesmo dia para adicionar mais informações.

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