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"Precisamos reverter parte do lucro para sociedade", diz VP do Carrefour

Carrefour lança campanha de doações de R$ 15 milhões em cestas básicas e alimentos para ajudar comunidades durante a pandemia do novo coronavírus

Carrefour: Outra ação da empresa durante a pandemia é manter os preços de alguns produtos de marca própria (Germano Lüders/Exame)

Carrefour: Outra ação da empresa durante a pandemia é manter os preços de alguns produtos de marca própria (Germano Lüders/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 15 de abril de 2020 às 12h50.

Última atualização em 15 de abril de 2020 às 22h32.

O Carrefour acaba de lançar uma campanha de doações de 15 milhões de reais em forma de alimentos e cestas básicas. Além de doações próprias, a varejista buscará apoio dos fornecedores e consumidores. A empresa destinará as doações para oito ONGs que atuam em regiões onde sua concentração de lojas é maior, para ajudar pessoas afetadas pela pandemia do novo coronavírus.

Desse total, a empresa já doou 2,3 milhões de reais a prefeituras e governos, como o caso da prefeitura de São Paulo, que recebeu cerca de 1 milhão de reais em cestas básicas. Os consumidores podem fazer contribuições por meio de um site ou ao comprar itens nas lojas do Atacadão. 

Para Stéphane Engelhard, vice-presidente de relações institucionais do grupo Carrefour Brasil, enquanto o isolamento protege as pessoas de contaminação, também deixa trabalhadores informais que vendiam principalmente nas ruas sem renda. "Com 86.000 funcionários no Brasil, entendemos que era nosso papel social ajudar", afirma.

"Contribuir com a sociedade, principalmente nesse momento complexo que não sabemos quando é o fim, é o papel das grandes empresas", diz Engelhard, "Somos uma empresa listada em bolsa, que tem como objetivo fazer lucro, não podemos esquecer disso. Mas, nesse momento, precisamos reverter parte do lucro para a sociedade", diz o vice-presidente.

Outra ação da empresa durante a pandemia é manter os preços de alguns produtos. Por 60 dias, cerca de 200 produtos de marca própria do Carrefour terão os preços congelados, sem impacto da inflação. 

Para os consumidores mais idosos, a empresa está testando uma modalidade mais antiga de vendas: pelo telefone. As televendas, voltadas apenas para os consumidores mais velhos, estão disponíveis nas cidades nas quais o Carrefour já trabalha com comércio eletrônico. 

Uma das primeiras praças a adotar o método, antes mesmo da orientação do grupo, foi uma loja em Santos, cidade com mais de 20% da população acima dos 60 anos. A empresa ainda incentiva que pessoas mais jovens se ofereçam para fazer compras para vizinhos ou conhecidos idosos, por meio da campanha Ajude seu Vizinho.

Novas práticas na pandemia

O Carrefour também busca transmitir boas práticas de segurança e higiene a varejistas menores. Nas lojas, o número de consumidores é controlado pelos carrinhos de compra, para não ultrapassar mais de uma pessoa a cada 10 metros quadrados. Há adesivos no chão para organizar as filas e barreiras de acrílico nos caixas. 

Uma das preocupações da empresa de supermercados é garantir que não faltem itens essenciais e transmitir essa segurança aos clientes, diz Silvana Balbo, diretora de marketing do Carrefour Brasil. "Percebemos quase um pânico no início da pandemia. Precisamos orientar os clientes a terem um consumo mais consciente, até para não tirar o produto da casa de outra pessoa", diz. 

Em alguns casos, a varejista chegou a restringir a compra de itens essenciais, como o álcool em gel. De acordo com ela, o próximo passo é orientar clientes a irem de máscara para as lojas.

Os executivos afirmam que o Carrefour não deve demitir pessoas, pelo contrário. Como afastou funcionários dos grupos de riscos, como grávidas, idosos e pessoas com doenças crônicas, está abrindo vagas.

O comércio eletrônico tem sido um dos motores de crescimento. Desde o início da pandemia, as vendas online da varejista cresceram três vezes.

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