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Por que Snap e Twitter são as redes queridinhas do mercado

Redes sociais, muito menores que gigantes como o Facebook, divulgam seus resultados nesta terça-feira e tentam manter o otimismo dos investidores

Twitter: rede social vem colaborando com governos para evitar interferências indevidas em eleições (Andrew Burton/Getty Images)

Twitter: rede social vem colaborando com governos para evitar interferências indevidas em eleições (Andrew Burton/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2019 às 06h31.

Última atualização em 23 de abril de 2019 às 06h49.

Duas redes sociais divulgam seus resultados trimestrais nesta terça-feira e tentam mostrar que menos pode ser mais. Lado a lado com gigantes como Facebook, YouTube e Instagram, que ultrapassam a marca de 1 bilhão de usuários mensais cada, Snapchat e Twitter se mantém estabilizados na faixa entre 100 e 300 milhões de usuários.

As duas empresas passam por uma espécie de redenção. A Snap, dona do aplicativo de vídeos Snapchat, era a queridinha dos investidores norte-americanos em 2017 e realizou uma oferta inicial de ações bem-sucedida, conseguindo valuation de 24 bilhões de dólares. No mesmo ano, Facebook e Instagram copiaram descaradamente o recurso do Snapchat de fotos e vídeos que desaparecem em 24h. No final de 2018, somente o recurso do Stories do Instagram tinha 500 milhões de usuários por dia, enquanto o app da Snap tinha 186 milhões de usuários como um todo.

Ao longo de 2018, as ações da Snap caíram 63%. Desde o IPO, cerca de 20 diretores deixaram a companhia. Ao contrário do Facebook e do Twitter, a empresa ainda teve prejuízos em 2018, que somaram 1,3 bilhão de dólares. De acordo com análise do jornal Financial Times, o fundador, Evan Spiegel teria dinheiro acumulado para mais três anos de operação antes de precisar levantar novos fundos.

Com uma reestruturação, a Snap virou o jogo ao lançar em abril uma plataforma de games dentro do app. A estratégia foi reformular o Snapchat seguindo os passos da gigante chinesa Tencent, dona de marcas de jogos consolidadas, como League of Legends, que possui 12% da Snap desde 2017.

Por ora, a estratégia parece ter funcionado, e as ações da companhia, que estavam custando 5,79 dólares em janeiro, subiram para 11,53 na última segunda-feira, 22. Se conseguir cumprir a projeção de lucro para o primeiro trimestre de 285 e 310 milhões de dólares, o que representaria um crescimento de 24% a 34% em relação ao mesmo período do ano anterior, a Snap seguirá agradando os investidores.

O Twitter, por outro lado, já está mais saudável. No último trimestre de 2018, a empresa tinha uma média de 321 milhões de usuários por mês e cerca de 126 milhões de usuários “monetizáveis” diários, ou seja, pessoas a quem podia mostrar anúncios todos os dias. No último balanço, a empresa projetou para o primeiro trimestre de 2019 lucro entre 715 e 775 milhões de dólares.

A fórmula que a companhia de Jack Dorsey encontrou para manter-se viva foi equilibrar o diálogo com as autoridades, que exigem mais segurança nas redes sociais, e criar mecanismos para engajar os usuários e patrocinadores em sua ferramenta. Durante as eleições da Índia de abril, por exemplo, a plataforma trabalha lado a lado com a comissão eleitoral para garantir que o código de conduta e transparência seja seguido. Antes das eleições europeias, a companhia também parou de permitir que empresas estrangeiras coloquem anúncios políticos na plataforma.

Com essas reformulações, o Twitter espera ser visto como uma rede social mais segura e, consequentemente, aumentar o engajamento e o tempo que os usuários passam na plataforma. Somado a isso, no começo do ano, a empresa lançou um “modo noturno” do feed e criou uma ferramenta de câmara para tentar ganhar posições frente ao Snap e Instagram. Na última segunda-feira, 22, as ações da companhia estavam custando 34,39 dólares, frente 28,81 no começo de janeiro.

As duas redes conseguiram reverter o pessimismo dos investidores. O desafio desta terça-feira é manter o ritmo.

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