Negócios

Petrobras é condenada em caso do consórcio Gemini

As empresas foram acusadas de vender gás a preços subsidiados para fechar o mercado aos competidores

Petrobras: também foram adotadas medidas para impedir que as práticas irregulares continuem

Petrobras: também foram adotadas medidas para impedir que as práticas irregulares continuem

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de dezembro de 2016 às 08h41.

Brasília - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) condenou as empresas Petrobras e White Martins por prática anticompetitiva em uma joint venture formada para distribuição de gás, o consórcio Gemini.

As empresas foram acusadas de vender gás a preços subsidiados para fechar o mercado aos competidores.

A Petrobras terá de pagar multa de R$ 15,2 milhões e a White Martins, sua sócia, de R$ 6,2 milhões. Já a Gás Local, distribuidora do consórcio criada por elas, deverá desembolsar R$ 96,6 mil.

Além dessa penalidade, foram adotadas medidas estruturais para impedir que as práticas irregulares continuem, entre elas a determinação de que a Petrobras venda o gás para a concorrente Comgás aos mesmos preços em que o produto é vendido para o Gemini.

No início do julgamento, as empresas propuseram a assinatura de um Termo de Compromisso de Cessação de Prática (TCC), mas o conselho entendeu que o valor proposto por elas era insuficiente.

Uma fonte ouvida pelo Estado informou que haverá ainda uma auditoria independente para monitorar a atuação comercial do consórcio e enviará relatórios trimestrais ao Cade.

Os advogados da Petrobras e da White Martins negaram as práticas anticompetitivas. "A White Martins entende que tenha sido demonstrado nos autos que não há dano nem potencialidade", afirmou Eduardo Caminati, advogado da empresa.

Denúncia

A investigação foi iniciada a partir de denúncia da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás), maior produtora de gás canalizado do País, que alegou que não conseguia expandir suas redes em municípios paulistas porque os clientes estariam recebendo gás do consórcio a preços subsidiados.

Além disso, a Petrobras estaria oferecendo condições desvantajosas na venda do gás à Comgás. Em junho, a superintendência recomendou a condenação das empresas ao tribunal do conselho. Procurada, Comgás não se manifestou.

A formação do consórcio foi aprovada pelo Cade em 2004, mas com restrições. Entre elas, a transparência nos preços do gás adquirido pelo Gemini. O objetivo do conselho era evitar discriminação no fornecimento de gás, uma vez que a Petrobras é a única que fornece gás natural no País. A decisão chegou a ser suspensa pela Justiça e foram feitas denúncias de práticas anticompetitivas.

Essa prática foi adotada nas regiões onde a Gás Local atua, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal, prejudicando fornecedoras de gás natural comprimido (GNC), que disputavam o mesmo mercado das empresas de GNL. O GNC é, assim como o gás liquefeito, uma alternativa ao gás natural em locais que não possuem estrutura de dutos.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CadeEmpresasPetrobrasProcessos judiciaisWhite Martins

Mais de Negócios

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões