Nubank recebe novo investimento de US$ 300 milhões
Fintech brasileira, o Nubank já tem 26 milhões de clientes e reduziu o prejuízo no primeiro semestre apesar da pandemia do novo coronavírus
Lucas Amorim
Publicado em 26 de agosto de 2020 às 07h14.
Última atualização em 26 de agosto de 2020 às 08h07.
A fintech Nubank recebeu uma nova rodada de investimentos no dia 4 de junho, e não revelada até agora, de 300 milhões de dólares (1,65 bilhão de reais). A companhia já recebeu mais de 1,4 bilhão de reais em sete rodadas de investimentos -- a última delas em julho do ano passado, de 400 milhões de dólares.
Um documento sobre o aporte entregue à SEC, órgão que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos, foi assinado por David Vélez, fundador do Nubank, Douglas Leone, do fundo de investimentos Sequoia Capital, Nicolas Szekasy, do fundo Kaszek Ventures, e Meyer Malk, do fundo Ribbit Capital. Os três fundos já eram investidores do Nubank. Além deles, a fintech brasileira tem sócios como Tiger Global, Redpoint Ventures, Dragoneer Investment Group e Tencent.
Na semana passada, o Nubank anunciou que seu prejuízo caiu 32% no primeiro semestre deste ano, para 95 milhões de reais em relação ao mesmo período de 2019. Segundo Marcelo Kopel, diretor financeiro da companhia, a redução se deve a uma menor despesa operacional e ao crescimento da receita. Foi a primeira queda significativa de prejuízo na história da companhia fundada em 2013.
O Nubank terminou o primeiro semestre com 26 milhões de clientes, mais que o dobro dos 11 milhões de 12 meses atrás. O númer de depósitos feitos pelos clientes, de 60%, mostra um avanço da companhia em sua estratégia de passar da empresa conhecida pelo cartãozinho roxo para uma financeira com soluções completas para seus clieentes.
A pandemia impulsionou o uso de pagamentos digitais e tem acelerado os negócios da fintech. Um próximo grande passo deve ser dado em novembro, quando entrar o vigor o PIX , o sistema de pagamentos em tempo real do Banco Central, e o open banking, que permite a interoperabilidade das informações entre os bancos.
Em vídeo recente na Exame, Cristina Junqueira, co-fundadora do Nubank, afirma que o PIX vai permitir mandar dinheiro só com o número de celular, por exemplo. "Vai acabar a loucura e a complexidade com que tivemos que viver por muito tempo e vai ser tudo em tempo real", afirmou. "É uma novidade que vai ser super decisiva para aumentar a inclusão financeira no país, simplificar processos e auxiliar lojistas".
O open banking, por sua vez, vai permitir que clientes levem seus dados completos para uma outra instituição financeira -- o que pode ser um grande ganho para o Nubank. "Isso vai permitir que a gente melhore limite de cartão de crédito, melhorar a aprovação para empréstimos, reduzir a inadimplência. Tudo isso ajuda a reduzir os juros no mercado", afirmou.
O Nubank disse que não vai comentar o aporte.