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Nativa digital, Grão de Gente abre a primeira loja física após faturar 225 milhões. Por quê?

A empresa programou uma série de ações para este ano e prevê crescimento entre 20% e 30%

Gustavo Ferro, da Grão de Gente: a gente verticalizou muito, vamos desde a compra do fio até a venda (Diogo Peres/Divulgação)
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 24 de maio de 2023 às 08h01.

E-commerce de produtos para a primeira infância, o Grão de Gente chegou ao fim da primeira década com o faturamento de R$ 225 milhões em 2022. A empresa vende móveis e enxoval para bebês e conta com um portfólio de 50 mil itens.

Entre os principais produtos, estão kits berço, colchão, almofada amamentação e ninho. De acordo com dados da plataforma de dados Conversion, o site lidera desde o começo do ano a categoria infantil como o endereço mais procurados pelo consumidores que desejam adquirir mimos e produtos para os pequenos.

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Um próximo passo na trajetória da empresa é inaugurar a sua primeira loja física, um caminho já percorrido por outras nativas digitais como a MadeiraMadeira. A unidade está prevista para agosto deste ano em Santos, cidade no litoral paulista o site nasceu.

“A gente tem um investimento muito forte em marketing, mas hoje a pessoa não conhece o produto da Grão. Muita gente compra porque confia na foto. Com a loja, o consumidor vai poder ter a experiência de conhecer, o que vai valorizar muito a marca”, afirma Gustavo Ferro, fundador e CEO da Grão de Gente. De acordo com dados da plataforma de dados Conversion, o site lidera desde o começo do ano a categoria infantil como o mais procurados pelos consumidores.

O espaço deve consumir R$1,8 milhão em investimento e, se tudo der certo, abrir o caminho para a criação de uma rede de lojas da marca – até mesmo em modelo de franquias.

Para criar a “experiência”, o espaço deve ter uma cara mais tecnológica, com imersão em realidade aumentada para que os consumidores visualizem os produtos em determinadas áreas. No ano passado, a empresa já tinha lançado um projeto semelhante, só que no metaverso.

Como o e-commerce nasceu

Essa combinação entre marketing e tecnologia está no DNA do empreendedor, um autodidata que começou a mexer em computadores aos 12 anos de idade no negócio de produtos químicos do pai. Quando o patriarca mudou de ramo e abriu um restaurante, lá estava o garoto criando um software de gestão de dados para o estabelecimento.

Entre um ano e outro, ele aprendeu e usar ferramentas como HTML, Photoshop e Flash, além de programas de computador que o permitiram conquistar uma vaga em empresadedesenvolvimentode software.

Doze meses depois, em 2001, o profissional criou a própria agência digital, a Bark, com o serviço de construção plataformas de e-commerce, otimização e performance.

Em 2012, a empresa já tinha construído estruturas para mais de 100 clientes, mas o executivo não estava feliz: quando o resultado não aparecia, a culpa sempre recaía sobre a agência, não sobre o modelo de negócio, atendimento ou precificação do varejista.

“Eu via que eu tinha um potencial muito grande e estava travado nas mãos dos clientes. E disse: eu preciso fazer o meu negócio”, afirma. A semente para a criação do Grão de Gente nasceu neste momento.

Com a experiência de como funcionava o modelo de negócios dos varejistas, Ferro analisou em quais setores poderia entrar e investiu em cama, mesa e banho, criando a Senhora Enxoval dentro da estrutura da agência.

Ele pegava os catálogos de fornecedores, fazia downloads das imagens e subia no e-commerce. Com os pedidos dos clientes, realizava as compras – umas das vertentes do que hoje é conhecido como dropshipping. Três meses depois, foi chamado para uma reunião em que recebeu a proposta de um dos fornecedores para vender o site. Aceitou.

A experiência tinha trazido uma informação preciosa, o maior volume de compras é de enxoval para bebês e crianças.Ainda na volta para a agência, surgiu a ideia da Grão de Gente, nome inspirado na música “Drão”, do Gilberto Gil, que tocava no som do carro.

Qual é o momento da Grão de Gente

O modelo baseado no uso de fornecedores para a oferta de produtos e em forte estratégia de marketing e otimização não foi o suficiente para a demanda. Quando a empresa começou a cresceu, os próprios fabricantes começaram a enxergar a Grão como concorrente.

O caminho foi investir em uma operação própria e perseguir a verticalização com a construção de fábricas próprias como uma forma de manter o negócio. A primeira não deu certo e ficou de pé por apenas um ano, por causa da falta de experiência.

Em 2018, a empresa retomou o processo e hoje tem cinco fábricas entre Brasil e Paraguai que respondem por 80% dos produtos de enxoval – a meta é continuar avançando. “A gente verticalizou muito, vamos desde a compra do fio até a venda”, afirma Ferro.

Entre os investimentos para este ano, além da primeira loja física, a Grão deve abrir uma sexta unidade fabril para avançar neste processo de verticalização.

Os planos da empresa ainda incluem:

Os investimentos são uma aposta da empresa para buscar um crescimento entre 20% e 30% ao longo deste ano. Em 2022, o faturamento de 225 milhões representou uma alta de 11% em relação ao ano de 2021, bem acima dos2% do e-commerce geral, segundo dados da Nielsen/Ebit.

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