Após delação de Joesley, MPF pede R$ 5,3 bi por fraude de fundos de pensão
Petros, da Petrobras, e Funcef, da Caixa, investiram em negócio de celulose de Joesley Batista sem diligência nem análise de risco, segundo os procuradores
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Reuters
Publicado em 25 de outubro de 2019 às 11h48.
Última atualização em 25 de outubro de 2019 às 15h17.
Brasília — A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que atua na operação Greenfield denunciou nesta sexta-feira à Justiça 14 pessoas por crimes como gestão fraudulenta, corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo um fundo de investimentos ligado ao empresário Joesley Batista , e cobraram 5,3 bilhões de reais em multas e danos.
A acusação criminal tem como base informações de colaborações premiadas, dentre elas do próprio Joesley, informou o MPF em Brasília em comunicado.
A denúncia explica que houve aportes milionários de recursos dos fundos de pensão Petros, da Petrobras, e Funcef, da Caixa, ao Fundo de Investimentos e Participações Florestal, que controlava uma produtora de celulose, sem que fossem observados os deveres de diligência e análise de riscos. Os investimentos tiveram como base laudos fraudulentos que superestimaram o valor da produtora de celulose, conforme o MPF.
Um ano depois, a empresa foi incorporada à Eldorado Brasil Celulose, que pertencia a Joesley e outra pessoa, em uma transação considerada ainda mais grave pelos procuradores porque envolveu o pagamento de propina para a obtenção de aprovações legais.
Em um documento separado, o MPF esclarece que Joesley não foi denunciado por ter firmado acordo de delação e destaca que uma eventual rescisão dessa colaboração está pendente de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF).