Negócios

McDonald’s é multado por gerente obrigar funcionária a ficar nua

O TST considerou "o tratamento vexatório, humilhante e desrespeitoso aos princípios da dignidade da pessoa humana"

Emblema do McDonald danificado pelo furacão Harvey é visto em Port Lavaca, Texas. 26 de agosto de 2017.  (Rick Wilking/Reuters)

Emblema do McDonald danificado pelo furacão Harvey é visto em Port Lavaca, Texas. 26 de agosto de 2017. (Rick Wilking/Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 17 de outubro de 2017 às 10h56.

Última atualização em 17 de outubro de 2017 às 11h21.

São Paulo - A Arcos Dourados, franqueadora e operadora do McDonald's no Brasil, foi condenada a indenizar uma atendente obrigada a se despir na frente de colegas.

A vítima do constrangimento foi acusada, com outras duas funcionárias, de furtar dois celulares e R$ 80 de outras colaboradora. Segundo seu relato, depois de uma revista na bolsa de todos os empregados da lanchonete, as três foram chamadas pela gerente, que as obrigou a se despirem no banheiro.

Durante a revista, os celulares foram encontrados escondidos no sutiã e no armário de uma das colegas.

Com a atendente que entrou na Justiça, foram encontrados R$ 150, que ela havia sacado para efetuar um pagamento. Uma cópia do extrato bancário comprova que o dinheiro era, de fato, dela.

De acordo com nota emitida pelo Tribunal Superior do Trabalho, a atendente era menor de idade à época do ocorrido.

O juízo da 20º Vara do Trabalho do Rio de Janeiro considerou que o McDonald’s extrapolou o seu poder de gestão e que a gerente, ao obrigar a trabalhadora a se despir, feriu sua integridade física e sua honra.

Segundo a sentença, o empregador não poderia alegar que estava protegendo seu patrimônio, porque os objetos furtados não eram de sua propriedade.

O valor da indenização estipulada pela Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho é de 30 mil reais.

O TST considerou "o tratamento vexatório, humilhante e desrespeitoso aos princípios da dignidade da pessoa humana, da inviolabilidade psíquica e do bem-estar individual do ser humano", diz o órgão em nota.

Em pronunciamento, a Arcos Dourados afirmou que “respeita a decisão da justiça e reitera que não tolera nenhuma forma de assédio de qualquer natureza. A empresa também reafirma seu compromisso de respeito e de cumprimento da legislação trabalhista, além de proporcionar condições adequadas de trabalho a todos os seus empregados. Eles, inclusive, recebem treinamentos do Código de Conduta para os Negócios, em que são instruídos a agir de maneira responsável e respeitando as regras da companhia.”

Acompanhe tudo sobre:Arcos DouradosIndenizaçõesMcDonald's

Mais de Negócios

Com fritadeira elétrica, Shopee bate recorde de vendas no "esquenta" da Black Friday

Com linha de dermocosméticos para pele negra, ela quer empoderar mulheres por meio da beleza

“Disneylândia do Palmito” reúne gastronomia, turismo e lazer no interior paulista

Changan anuncia investimento de US$ 6,9 Bilhões em soluções de mobilidade e tecnologia