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M&A no e-commerce: Magazord, de SC, compra parte da BW, do RS, e mira R$ 2 bi em transações em 2024

As duas empresas do Sul do país focadas em tecnologia para manter de pé a operação de lojas virtuais estão anunciando um processo de aquisição nesta quarta-feira, 20

Jaison Goedert, da Magazord, e Fábio Verardi, da BW: aposta em integração de produtos e manutenção das marcas (Divulgação/Divulgação)
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 20 de março de 2024 às 12h31.

Última atualização em 20 de março de 2024 às 13h55.

Duas empresas do Sul do país focadas em tecnologia para manter de pé a operação de lojas virtuais estão anunciando um processo de aquisição nesta quarta-feira, 20. No ano passado, a soma dos dois negócios resultou num volume de R$ 1,5 bilhão em transações do comércio eletrônico brasileiro.

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Sediada em Rio do Sul, cidade de 70 mil habitantes no Vale do Itajaí, região de Santa Catarina que é uma das mais industrializadas do país, a Magazord Digital Commerce está comprando uma participação da BW Commerce, fundada em Guaporé, na serra gaúcha. A transação pode chegar a R$ 15 milhões e inclui uma opção de compra da participação remanescente dos atuais sócios da BW.

O que fazem as empresas

A Magazord foi fundada em 2010 como um negócio de tecnologia em vendas focado no mercado de pequenas e médias lojas virtuais abertas longe dos grandes centros urbanos — e sem o mesmo acesso às ferramentas de vendas online das grandes empresas do setor.

Em 14 anos, a Magazord criou uma carteira de 2 mil clientes, sobretudo nos segmentos de moda, calçados, casa e construção. O faturamento anual está na casa dos R$ 50 milhões.

Com o passar dos anos, a empresa virou um nome conhecido entre lideranças do e-commerce da região Sul com um ERP dedicado ao setor e integrado ao sistema de mais de 35 marketplaces como Mercado Livre e Amazon.

A empresa ainda é conhecida por uma ferramenta de planejamento logístico para PMEs dispostas a vender online, além de uma ferramenta para processamento de pagamentos.

À frente da Magazord está o administrador Jaison Goedert. Antes de empreender, Goedert trabalhou no campo, com a família, e atuou também como vendedor. Em 2010, teve o primeiro empreendimento, a Cissa Magazine, uma loja virtual que operou ao longo de uma década. Foi ali que ele conheceu as dores que um lojista enfrenta. Boa parte delas viraram motivo para ele ser abrir a Magazord em 2014.

A BW, por sua vez, foi fundada em 2007 numa das cidades polo para a produção de joias e semijoias do Brasil. Este setor é, inclusive, um dos que mais trazem receitas para a empresa. Em 2023, as mais de 500 lojas plugadas à ferramenta da BW processaram mais de R$ 200 milhões em vendas.

Quais são os planos para 2024

A estimativa é que as duas empresas processem juntas cerca de R$ 2 bilhões em 2024. "Estamos confiantes de que a combinação de nossas forças nos permitirá alcançar esse objetivo de forma ainda mais eficaz”, diz Goedert, da Magazord.

Com a transação, a Magazord assume o controle acionário da BW, que segue como uma marca independente. Mantêm-se à frente das operações da BW os sócios Fábio Verardi e Daniel Marroni. Para os clientes da BW, a mudança é que elas terão acesso a recursos da plataforma da Magazord, como integração com meios de pagamentos, logística e marketing.

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"Desde a primeira conversa com a equipe da Magazord, nós percebemos grande sinergia entre os modelos de negócios, principalmente no que se refere ao lado humano das duas empresas, o atendimento e a preocupação com os clientes", diz Fábio Verardi. "Isso fez com que percebêssemos que essa operação entregaria muito valor aos nossos clientes para construir um e-commerce cada vez mais promissor."

A aquisição parcial da BW faz parte da estratégia de crescimento da Magazord, que deve anunciar novas aquisições nos próximos anos. O investimento total previsto é de R$ 40 milhões.

Quais foram os investimentos da Magazord

"Somos uma empresa geradora de caixa, que cresceu ao reinvestir no negócio e na sua expansão todos os resultados e dividendos nos últimos anos", diz Goedert. "O plano para o futuro é ampliar a participação nos mercados já atendidos pela Magazord e entrar em novas verticais, olhando para setores com mais potencial de margem de lucro e sinergia com os segmentos que a empresa já atua."

Nos últimos dois anos, a Magazord expandiu negócios na categoria de móveis, hoje responsável por 20% do volume processado.

Essa é a terceira aquisição realizada pela Magazord. Em 2020, a plataforma de e-commerce adquiriu participação minoritária em 13 startups.

Neste movimento, duas delas acabaram sendo incorporadas para se tornarem recursos da solução da Magazord: a Sentynela, de anti-fraude; e a Fidegg, de fidelização para e-commerce.

Para a aquisição, a Magazord contou com o apoio da Valore Brasil para modelagem financeira e estruturação da negociação, da BeTrusty no processo de diligência contábil e da Silva Lopes Advogados na diligência jurídica e elaboração dos contratos.

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