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Justiça aceita pedido de recuperação judicial da Polishop

Varejista de eletrodomésticos e itens para casa fundada por João Appolinário teve o pedido de recuperação judicial aceito nesta segunda-feira, 20

Polishop vai ganhar lojas franqueadas (e de rua) em 2024  (Polishop/Divulgação)

Polishop vai ganhar lojas franqueadas (e de rua) em 2024 (Polishop/Divulgação)

Publicado em 20 de maio de 2024 às 18h57.

Última atualização em 20 de maio de 2024 às 19h05.

A Justiça de São Paulo aceitou o pedido de recuperação judicial da Polishop nesta segunda-feira, 20. A companhia, que pertence ao empresário João Appolinário, já vinha enfrentando problemas financeiros e operacionais há mais de um ano. As dívidas somam 352,1 milhões de reais.

Atualmente, a Polishop possui 49 lojas físicas abertas em shoppings centers e conta com quase 500 funcionários, além da atuação no e-commerce e canal de televendas. Nos últimos dois anos, a empresa de 25 anos fechou cerca de 70% de suas lojas.

Procurada pela EXAME, a empresa afirmou que não vai se pronunciar.

Quais foram os motivos da crise na Polishop

No seu pedido de recuperação judicial, a Polishop elencou uma série de motivos para a crise da qual as dívidas somam 352,1 milhões de reais. Muitos deles estão atrelados à pandemia.

A pandemia acertou em cheio o varejo brasileiro e muitas companhias, como Casas Bahia, Marisa e Petz, enfrentaram turbulências. Da moda à linha branca, poucos foram os negócios que passaram imunes à escalada da Selic de 2% para 13%. "Assim como todo o varejo, a Polishop sofreu com a pandemia e o cenário macroeconômico", disse em entrevista recente à EXAME João Appolinário.

No caso da Polishop, a queda de faturamento foi na casa de 70%, devido ao fechamento de lojas físicas. A empresa não conseguiu compensar essa perda apenas com as vendas online. Apesar disso, a empresa ainda tinha que arcar com altos custos fixos. Os shoppings centers, onde praticamente todas as lojas físicas da empresa estavam localizadas, não suspenderam a cobrança de custos operacionais.

Foram fechadas quase 300 lojas físicas em shoppings centers, o que resultou em uma perda significativa de pontos de venda e receita. Além das lojas físicas, a operação de e-commerce também enfrentou dificuldades, o que agravou ainda mais a situação do caixa.

"Entre 2019 e 2022, a correção do IGP-M foi acima de 64%, minhas vendas não acompanharam essa alta. A operação em shoppings centers se tornou inviável em alguns casos, por isso fechamos lojas", disse na entrevista recente.

O aumento na taxa de juros também encareceu o crédito, o que dificultou a vida da Polishop.

Para reduzir custos, a empresa demitiu cerca de 2.000 funcionários, passando de 2.532 antes da pandemia para aproximadamente 500 empregados. A redução também impactou a operação e a capacidade de recuperação do negócio, disse a empresa no pedido de recuperação. A companhia também afirmou que o fortalecimento de marketplaces concorrentes também enfraqueceu as operações físicas.

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Dificuldade para lançar produtos e negociar com credores

Conhecida pelos produtos inovadores, como a frigideira e a Airfryer que dispensam o uso de óleo nos preparos, a Polishop sofreu para lançar produtos na pandemia por conta da falta de suprimentos e desenvolvimento de novas tecnologias na China. A empresa conta com um escritório no país para desenvolver produtos inéditos e buscar por fornecedores — o que ajuda ter exclusividade aqui no Brasil.

Além disso, alguns credores começaram a promover amortizações e retenções de valores devidos, o que prejudicou ainda mais o fluxo de caixa da empresa.
Houve o ajuizamento de ações de despejo contra a Polishop, refletindo a incapacidade da empresa de cumprir com seus compromissos financeiros de forma negociada.

Em 2023, a Polishop registrou um prejuízo superior a R$ 155 milhões.

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