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Troy Bonde (à esquerda) e Winston Alfieri (à direita) (Aliado Kroeckel)
Content Writer
Publicado em 25 de novembro de 2024 às 12h12.
Se Troy Bonde e Winston Alfieri fossem um pouco mais “espertos”, talvez nunca tivessem criado a Sauz — a marca de molho de macarrão que conquistou a Geração Z e hoje está em prateleiras de supermercados em todo os EUA.
A história começa em 2020, quando a pandemia mandou os dois estudantes da Universidade do Sul da Califórnia (USC) de volta para casa. Com apenas 21 e 20 anos, Bonde e Alfieri transformaram o tédio do isolamento em uma oportunidade de negócios. “Nos perguntamos: ‘Que problema podemos resolver?’”, lembra Bonde para o portal CNBC Make It.
Inspirados pela nova realidade de salas de aula cheias de álcool gel e termômetros, eles tiveram a ideia de criar um dispositivo que combinava as duas funções.
Sem experiência, mas cheios de coragem, entraram em contato com um fabricante na China pelo WhatsApp. Depois de algumas conversas, tomaram uma decisão ousada: enviaram US$ 9 mil — dinheiro emprestado dos pais — para um completo desconhecido. Foi uma aposta de alto risco, algo que um especialista em finanças corporativas chamaria de "uma decisão alavancada": uma aplicação de recursos limitada com expectativa de alto retorno. “Foi o momento mais assustador das nossas vidas”, admite Alfieri.
Uma semana e meia depois, dois pallets do dispositivo chegaram na casa dos pais de Bonde. Com o nome de NextPace Ventures, o negócio decolou rapidamente, atendendo até clientes como a rede de hotéis Best Western.
Mas o sucesso não durou. “Depois de três meses de crescimento, percebemos que a receita não ia continuar no mesmo ritmo”, conta Bonde.
Foi quando aplicaram, mesmo que sem saber, um dos princípios mais importantes das finanças corporativas: entender a viabilidade econômica de longo prazo de um negócio. Essa análise permitiu que mudassem de direção antes que o modelo se tornasse insustentável.
Durante noites trabalhando na NextPace, alimentavam-se de macarrão com molho de pote — o clássico cardápio universitário. Nas visitas ao mercado, notaram como marcas de bebidas como Olipop e Poppi chamavam atenção com embalagens vibrantes. “A energia do corredor de molhos para macarrão era quase inexistente”, diz Bonde. Foi aí que viram uma oportunidade.
Eles pegaram todo o lucro da NextPace, cerca de US$ 150 mil, e investiram na Sauz. Para juntar ainda mais capital, venderam seus carros — um Ford e um Mazda Miata. “Estávamos dispostos a arriscar tudo”, lembra Bonde.
Essa decisão, como em qualquer investimento estratégico, foi fundamentada por um fator essencial das finanças corporativas: o cálculo do risco versus retorno esperado. Alfieri e Bonde abriram mão de estabilidade para apostar em um produto com potencial disruptivo. “Estávamos jogando tudo na mesa, mas com uma visão clara do que queríamos alcançar.”
Enquanto os pais sonhavam com carreiras corporativas para os filhos, os dois precisaram ter uma conversa difícil. “Dizer para eles que íamos vender molho de macarrão foi insano”, ri Bonde. Até os amigos zombaram da ideia. “Um deles, que hoje é investidor da Sauz, nos disse: ‘Achei que vocês eram malucos.’”
A dupla apostou em sabores ousados. “Se fizéssemos uma pesquisa, ninguém pediria por isso”, explica Bonde. “Mas sabíamos que era algo que as pessoas adorariam assim que experimentassem.”
Além disso, eles alocaram parte significativa do orçamento no design e no marketing — outra decisão alinhada a conceitos de finanças corporativas, como priorizar investimentos em ativos intangíveis que aumentam o valor da marca.
Com embalagens vibrantes e estratégias criativas no TikTok e Instagram, a Sauz se consolidou como a favorita entre os jovens. Hoje, com quatro sabores no portfólio, a marca fatura cerca de US$ 1 milhão por mês.
Essa trajetória reflete como a aplicação de fundamentos de finanças corporativas foi crucial para o crescimento sustentável. Para Bonde e Alfieri, o sucesso da Sauz só foi possível graças ao aprendizado na prática. “Sem aquele primeiro negócio, não existiria a Sauz”, reflete Bonde.
A Sauz é mais do que uma marca de molhos: é um exemplo do poder de combinar criatividade com fundamentos sólidos de gestão financeira. No final, fica a lição: todo profissional, independente da área, se beneficia ao entender os princípios de finanças corporativas — afinal, o sucesso é tão estratégico quanto saboroso.
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