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Hopi Hari fecha as portas depois de muitos altos e baixos

Por meio de comunicado, parque esclarece os motivos de tal decisão, sem definir uma data de reabertura

Hopi Hari (Hopi Hari/Divulgação)

Hopi Hari (Hopi Hari/Divulgação)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 12 de maio de 2017 às 19h13.

Última atualização em 15 de maio de 2017 às 13h09.

São Paulo – Quando o investidor José Luiz Abdalla comprou 75% das ações do Hopi Hari, em dezembro, a esperança do retorno do parque aos tempos de bonança reacendeu.

Além de um negócio com um plano em recuperação judicial, ele assumiu uma empresa com uma dívida de 700 milhões de reais com credores e funcionários.

Os planos do empresário do setor imobiliário eram grandiosos: colocar as finanças do parque nos eixos, renovar sua imagem e capitalizar o negócio, a fim de transformá-lo em um grande complexo hoteleiro, além da parte de diversão.

Hoje, no entanto, o Hopi Hari anunciou que fechará as portas para “tomar fôlego e voltar com toda força”, segundo jornais da região de Campinas.

Por meio de comunicado, o parque esclarece os motivos de tal decisão, sem definir uma data de reabertura.

Durante a pausa, a intenção do empresário é buscar novos investidores que, segundo ele, podem ter sido afastados das negociações depois das publicações de notícias negativas sobre a empresa.

EXAME.com tentou contato com Adalla e a assessoria de imprensa do Hopi Hari sem nenhum retorno até o momento.

Histórico arrepiante

Inaugurado há pouco mais de quinze anos, o ambicioso projeto de um grupo de fundos de pensão nunca decolou

A construção do parque na cidade de Vinhedo, interior paulista, consumiu 200 milhões de dólares, num investimento conjunto da GP, maior gestora de fundos do país, e de quatro fundos de pensão – Previ, Funcef, Petros e Sistel.

O intuito era reproduzir no negócio a fórmula de sucesso do Magic Kingdom, do complexo americano da Walt Disney Company, na Flórida – e angariar parte dos 300.000 brasileiros que viajavam todos os anos para o parque da Disney. Ou seja, atrair visitantes de alta renda para um parque temático e sofisticado. Porém, o parque nunca conseguiu o feito.

O faturamento projetado de 200 milhões de reais por ano jamais se concretizou. No seu melhor desempenho, em 2008, o parque recebeu 1,8 milhão de turistas e faturou 70 milhões de reais. A dívida, que chegava a 500 milhões de reais, não permitia que os controladores fizessem mais investimentos, nem se desfizessem do negócio, previsto para dar lucro em 18 meses.

A solução foi passar os negócios para alguns sócios, na época, da consultoria Íntegra. O grupo pagou 1 centavo de real por cada lote de 100.000 ações e assumiu o equivalente a 180 milhões de reais em dívidas, estima o mercado. De imediato, um investimento de 10 milhões de reais no caixa da empresa foi feito, com o intuito de aumentar o número de visitantes. Mas os investimentos não pararam por aí.

A situação degringolou depois da morte de uma adolescente, que caiu de uma das atrações, em fevereiro de 2012. Pouco tempo antes, o Hopi Hari havia fechado uma parceria com a Warner, com estimados 100 milhões de reais envolvidos. Eram tempos de otimismo, em que o parque pretendia inaugurar, em maio, uma montanha-russa avaliada em 12 milhões de reais. Os esforços, claro, não deram certo.

Em agosto de 2016, o Hopi Hari entrou com pedido de recuperação judicial, aprovado em outubro. Dois meses depois, o acionista majoritário até então, Luciano Correa, vendeu 75% das ações da controladora indireta do parque, a HH Participações, para Abdalla.

"Nosso sonho continua. Temos saudades das filas gigantescas, das crianças correndo, dos romances iniciados em Mistieri, e dos tênis molhados no Spleshi", diz o empresário no comunicado à imprensa de hoje. Nós também, Abdalla.

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