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Hamburgueria transforma ônibus em dark kitchen e fatura R$ 21 mi

Depois da pandemia, a Busger enxergou no modelo mais enxuto a aposta para crescer, principalmente, fora de São Paulo

Rodrigo Arjonas e Luciano Oberle, sócios-fundadores da Busger: rede quer atingir 30 unidades tá 2025 (Busger/Divulgação)

Rodrigo Arjonas e Luciano Oberle, sócios-fundadores da Busger: rede quer atingir 30 unidades tá 2025 (Busger/Divulgação)

O setor de bares e restaurantes foi um dos mais afetados pela pandemia de Covid-19. E isso não foi diferente para a Busger, rede de franquias de hamburguerias que se tornou famosa por suas cozinhas instaladas em ônibus. No auge da crise, entre os meses de março e abril de 2020, o faturamento da rede chegou a cair 50%

O baque só não foi maior por conta do delivery, com o qual a Busger já trabalhava desde 2017. "Antes, o delivery representava, aproximadamente, 20% a 30% do nosso faturamento, com a pandemia chegou a 80%", diz Rodrigo Arjonas, sócio-fundador da Busger.

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A operação conseguiu diminuir o impacto dos meses de isolamento e, em 2021, a Busger conseguiu faturar R$ 21 milhões, número bem próximo ao registrado pré-pandemia, que foi de R$ 22 milhões. Porém, com  a mudança de comportamento do consumidor, a Busger, que sempre apostou bastante no conceito das lojas como chamariz, teve que mudar de foco.

"As taxas dos aplicativos, entre 20% a 25%, acabam tomando toda a nossa margem de lucro. Fora isso, para quem está pedindo via aplicativo, um restaurante de R$ 2 milhões e outro de R$ 20 reais é a mesma coisa. Diante disso, tivemos que pensar em estratégias de expansão, mas com investimento menor", diz.

A saída, então, foi apostar num modelo que se popularizou nos últimos anos: o de dark kitchens. A razão é óbvia: enquanto  uma loja tradicional da Busger não sai por menos de R$ 600 mil, uma unidade dark kitchen custa apenas R$ 100 mil.

A primeira unidade foi inaugurada no ano passado, em Guarulhos, na capital paulista e, segundo Arjonas, está indo de vento em popa, crescendo 20% por semana. A segunda unidade foi inaugurada no final de abril no bairro de Pinheiros, também em São Paulo.

"Como as pessoas criaram o hábito de pedir os mais diferentes tipos de comidas para o consumo em casa, percebemos que é possível ter um negócio lucrativo dentro da cidade de São Paulo, onde nossa marca é conhecida e tem uma excelente procura, com investimento e operação mais enxutos”, afirma.

Expansão fora da capital 

Mas a ambição da Busger também é crescer fora da capital paulista e atingir cidades do interior. Para isso, a estratégia também mudou e, ao invés dos ônibus, a rede quer criar lojas contêineres, que também custam mais barato, cerca de R$ 300 mil.

A ideia é testar o modelo em uma loja na Zona Sul, que será inaugurada em parceria com a cerveja Madalena, e depois ir para cidades como Sorocaba, São José do Rio Preto e Campinas. Com as novas apostas, a Busger, que conta com 11 lojas, sendo seis franqueadas, pretende chegar em 30 unidades até 2025.

"Em São Paulo não temos mais para onde crescer e abrir uma loja do lado da outra é uma estratégia ruim porque acaba canibalizando o negócio. Por isso resolvemos lançar a marca fora de São Paulo".

Passado a turbulência dos últimos dois anos, além do crescimento da rede, Arjonas também quer retomar um outro projeto que ficou em suspenso por causa da pandemia: a venda parcial da empresa para fundos de investimento. A capitalização, segundo o empreendedor, tinha como objetivo levar a Busger para fora do estado de São Paulo para cidades como Curitiba e Rio de Janeiro.

"Nós estávamos em conversa com dois fundos, mas paramos as negociações e esperamos esse momento passar porque o nosso valuation não era condizente com o potencial do negócio. Recomeçamos agora o processo de auditoria e, com os números mais fiéis, queremos retomar esse projeto", finaliza Arjonas.

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