Negócios

Grupo britânico 3i compra rede Óticas Carol

Em longo prazo, o plano é triplicar a receita com lojas próprias (hoje são oito), laboratórios e royalties, para cerca de 200 milhões de reais, em até cinco anos


	Óticas Carol: o plano dos novos sócios é inaugurar até 200 lojas ainda este ano

Óticas Carol: o plano dos novos sócios é inaugurar até 200 lojas ainda este ano

DR

Da Redação

Publicado em 8 de março de 2013 às 07h30.

São Paulo - Um consórcio liderado pelo grupo de private equity britânico 3i fechou acordo para compra da Óticas Carol, segunda maior cadeia de lojas de óculos do Brasil, em mais um sinal de retomada do mercado brasileiro de fusões e aquisições, pontuado pelo apetite de grandes investidores por setores de consumo e serviços.

Segundo o chefe da 3i no Brasil, Marcelo Di Lorenzo, o negócio é uma aposta no aumento da classe média no Brasil, que vai potencializar a demanda por bens e produtos de consumo nos próximos anos.

Com base nessa premissa, o plano dos novos sócios é inaugurar até 200 lojas ainda este ano. Segundo Di Lorenzo, somadas às 490 unidades existentes, quase todas franquias, a companhia deve assumir a liderança do setor ainda em 2013.

"Com a rede de franquias muito forte que temos mais as oportunidades de consolidação, achamos que podemos nos tornar líderes de mercado este ano" , disse Di Lorenzo.

Num prazo mais longo, o plano é triplicar a receita com lojas próprias (hoje são oito), laboratórios e royalties, para cerca de 200 milhões de reais, em até cinco anos. Para as franquias, hoje responsáveis por cerca de 3/4 da receita de 260 milhões de reais, a meta é chegar a 1 bilhão de reais.

A Óticas Carol pertencia a Marcos Amaro, filho do fundador da companhia aérea TAM, Rolim Amaro.


Além da 3i, que entra como sócia majoritária, a companhia criada em 1997 no município paulista de Sorocaba passa a ter como acionistas os fundos Neuberger Berman e a Siguler Guff. A aquisição avaliada em 108 milhões de reais também envolve um aporte de capital do presidente-executivo da empresa, Ronaldo Pereira, que aumentará sua fatia no grupo.

Segundo Di Lorenzo, o mercado de óculos do Brasil tem crescido a uma taxa composta média de 15 por cento ao ano desde 2006 --três vezes o crescimento econômico no período. Essa tendência deve continuar com o envelhecimento da população do país, a demanda crescente de óculos de grau e o maior uso de óculos como um acessório de moda, disse ele.

No país, a 3i tem investimentos na operadora de TV a cabo Azul e na rede de lanchonetes Casa do Pão de Queijo.

O anúncio acontece um mês após a Abril Educação ter revelado acordo para comprar a rede de ensino de idiomas Wise Up, por 877 milhões de reais. Apenas dois dias antes, o grupo norte-americano CVS Caremark anunciara a compra da rede Drogaria Onofre, por valor não revelado.

O movimento pode dar fôlego ao mercado de fusões e aquisições no Brasil, que em 2012 teve queda de 11,9 por cento ante o ano anterior no volume financeiro de operações anunciadas, com o pior resultado desde 2009.

Segundo a Anbima, a expectativa de maior atividade econômica do país em 2013, o arrefecimento da crise europeia e a sensação de maior ingerência estatal brasileira devem dar fôlego para as fusões neste ano.

"A tendência de desaceleração está sendo revertida", disse a jornalistas o coordenador do subcomitê de Fusões e Aquisições da Anbima, Ubiratan Machado.

Acompanhe tudo sobre:3iComércioEmpresasFusões e AquisiçõesÓticasÓticas Carol

Mais de Negócios

Esta fintech cresce 400% ao ano e fatura R$ 20 milhões — e não tem nem app

São Paulo mais prática e inteligente? Descubra como a GoodStorage faz isso acontecer

EXCLUSIVO: Solar Coca-Cola vai investir R$ 1,5 bilhão no maior investimento de sua história

Na plantação de batata doce, agricultora se destaca como produtora e influencer