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Gigante nuclear francesa assina acordo 'histórico' com a Mongólia para extrair urânio

Negociações entre Orano e autoridades do país começaram há mais de dois anos; projeto levará quatro anos para ser desenvolvido

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Agência de notícias

Publicado em 17 de janeiro de 2025 às 07h51.

O grupo estatal francês Orano assinou um acordo com a Mongólia, nesta sexta-feira, 17, para explorar uma grande jazida de urânio no sudoeste do país, um pacto apresentado como "histórico" e com o qual Paris busca obter independência energética.

As negociações entre Orano e as autoridades mongóis começaram há mais de dois anos e culminaram na assinatura, em 2023, de um acordo de princípio para a exploração da jazida de Zuuvch-Ovoo durante uma visita de Estado do presidente mongol, Ukhnaa Khurelsukh, à França.

"Este projeto representa um investimento inicial de cerca de 500 milhões de dólares (R$ 3 bilhões na cotação atual) antes do início da exploração da jazida e um total de 1,6 bilhão de dólares (R$ 9,6 bilhões) durante toda a duração da mina", disse o grupo francês.

O projeto levará quatro anos para ser desenvolvido antes que a mina esteja pronta para produção, disse a empresa em um comunicado enviado à AFP.

Este acordo é "histórico por sua magnitude, por seu alcance estratégico para nossos dois países", celebrou o ministro do Comércio Exterior da França, Laurent Saint-Martin, em uma cerimônia na capital da Mongólia, Ulaanbaatar.

Para a França, garantir o fornecimento de urânio às usinas de energia do país por meio de uma empresa nacional, a Orano, que é 90% estatal, é crucial porque garante o abastecimento.

Segundo a Orano, a jazida de Zuuvch-Ovoo, descoberta por geólogos da empresa no sudoeste da Mongólia, é de "primeira classe". Possui cerca de 90.000 toneladas de recursos e poderá ser explorada por três décadas.

Segundo estimativas, a produção das futuras instalações teria que ficar em torno de 2.500 toneladas por ano. Para efeito de comparação, isso representa cerca de um quarto do consumo anual do parque nuclear francês.

No entanto, nem todo o urânio extraído irá para a França, pois a Orano tem outros clientes além da EDF, o grupo que administra as usinas francesas.

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