Funcionários protestam contra a escala de trabalho 6x1 em greve nas fábricas de São Paulo (Joel Silva/PepsiCo/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 27 de novembro de 2024 às 18h29.
Trabalhadores de duas fábricas da PepsiCo, empresa dona de marcas como Pepsi, Gatorade e Toddy, estão em greve desde domingo, 24, para reivindicar o fim da escala de trabalho 6x1, com seis dias de trabalho por um de descanso. As unidades afetadas estão localizadas em Sorocaba e no bairro de Itaquera, na zona leste de São Paulo.
Na manhã de terça-feira, 26, representantes da empresa e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Laticínios e Alimentação de São Paulo (Stilasp) participaram de uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), em que o desembargador Francisco Ferreira Jorge Neto apresentou uma proposta para suspender a greve até a próxima audiência, marcada para segunda-feira. No entanto, os funcionários recusaram a proposta.
A audiência tratou exclusivamente do caso dos trabalhadores da unidade de Itaquera. Já em Sorocaba, a primeira audiência começou às 16h desta quarta-feira no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15).
A PepsiCo afirmou que gera 12 mil empregos diretos e 44 mil indiretos no país. Segundo o presidente do sindicato, Carlos Vicente de Oliveira, as duas unidades em greve empregam aproximadamente 1.600 pessoas. No entanto, alguns funcionários já trabalham com a escala 6x2, ou seja, seis dias de trabalho seguidos por dois dias de folga. A maioria dos trabalhadores nas plantas em greve é composta por mulheres. O sindicato se posiciona contra ambos os formatos, conforme comunicado recente.
“Essa jornada de trabalho é exaustiva. Imagina trabalhar seis dias e descansar um: você já está exausto ao extremo no quarto dia, mas ainda falta o quinto e o sexto dia. Você vai descansar no sétimo dia, mas é o mesmo dia (reservado) para a família, lazer, estudos e você não dá conta. Seu corpo não está descansado”, diz Carlos Vicente de Oliveira, presidente do sindicato, que reforça a insatisfação com a carga de trabalho.
A PepsiCo havia apresentado uma proposta de mudança no esquema de trabalho, aumentando a jornada diária para 12 horas em dois sábados do mês. Dessa forma, os funcionários manteriam a escala normal em outro sábado e folgariam no último. Contudo, a proposta foi rejeitada pelo sindicato. De acordo com Oliveira, os funcionários estão determinados a manter a greve até que a escala 6x1 seja extinta.
Em nota, a PepsiCo esclareceu que cumpre as leis do país e que a jornada 6x1 está de acordo com a legislação. "A PepsiCo permanece aberta ao diálogo com seus colaboradores e representantes sindicais em busca de soluções equilibradas para todas as partes", afirmou a empresa.